Chuva de sementes em reflorestamento e em remanescente adjacente de Floresta Estacional Atlântica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835151

Palavras-chave:

Dispersão, Propágulos, Sazonalidade, Sucessão ecológica

Resumo

A sucessão ecológica depende da chuva de sementes. Embora a simples chegada de sementes não garanta o estabelecimento, conhecer a chuva de sementes é o primeiro passo para avaliar o processo sucessional em sítios sob restauração florestal. Por essa razão, foi amostrada a chuva de sementes em reflorestamento e em remanescente de floresta estacional semidecidual no sul do Brasil, a fim de descrever o processo. Em cada área, 18 armadilhas de sementes (1 m2) foram alocadas e visitadas, mensalmente, por dois anos. Todas as sementes amostradas foram identificadas, contadas e classificadas quanto à forma de vida, grupo ecológico e síndrome de dispersão. O remanescente florestal apresentou maior riqueza de espécies e abundância de propágulos que o reflorestamento. A composição de espécies também diferiu entre as áreas. A chuva de sementes, de ambas as áreas, apresentou maior proporção de árvores e de espécies intolerantes à sombra. Várias espécies não plantadas no reflorestamento, possivelmente dispersadas a partir do remanescente florestal, foram registradas no sítio em restauração. A análise dos resultados sugere que a chuva de semente não é um impedimento ao processo sucessional no reflorestamento. Entretanto, o sítio deve ser monitorado por mais tempo a fim de avaliar o estabelecimento, e não somente a chegada de sementes de espécies sucessionais tardias.

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Biografia do Autor

Vanessa França Vindica, Pesquisadora Autônoma, Diamantina, MG

Bióloga, Ma., Pesquisadora Autônoma, Rua Barão de Mauá, 253, apto 2, Jardim Imperial, CEP 39100-000, Diamantina (MG), Brasil. 

Larissa Rafaela Bargoena, Analista, Parauapebas, PA

Bióloga, Analista, Gerência de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Riscos, Metais Básicos Atlântico Sul, Vale S.A., Rua Grajaú, 63, CEP 68516-000, Parauapebas (PA), Brasil.

Pamela Cristina Santana, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP

Bióloga, Doutoranda, Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Rua do Matão, 277, travessa 14, Butantã, CEP 05508-090, São Paulo (SP), Brasil. 

Jose Antonio Pimenta, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR

Biólogo, Dr., Professor Associado/Pesquisador do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário, Caixa Postal 10011, CEP 86057-970, Londrina (PR), Brasil.

Alba Lucia Cavalheiro, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR

Bióloga, Dra., Professora Associada/Pesquisadora do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário, Caixa Postal 10011, CEP 86057-970, Londrina (PR), Brasil.

José Marcelo Domingues Torezan, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR

Biólogo, Dr., Professor Associado/Pesquisador do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário, Caixa Postal 10011, CEP 86057-970, Londrina (PR), Brasil.

Edmilson Bianchini, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR

Biólogo, Dr., Professor Associado/Pesquisador do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário, Caixa Postal 10011, CEP 86057-970, Londrina (PR), Brasil.

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Publicado

01-12-2020

Como Citar

Vindica, V. F., Bargoena, L. R., Santana, P. C., Pimenta, J. A., Cavalheiro, A. L., Torezan, J. M. D., & Bianchini, E. (2020). Chuva de sementes em reflorestamento e em remanescente adjacente de Floresta Estacional Atlântica. Ciência Florestal, 30(4), 1230–1244. https://doi.org/10.5902/1980509835151

Edição

Seção

Nota Técnica