Estruturação espacial de traços funcionais de espécies arbóreas em função da distância da borda em Floresta Alto-Montana no sul do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509833586

Palavras-chave:

Efeito de borda, Gradiente funcional, Diversidade funcional

Resumo

O presente estudo visou avaliar a organização funcional de espécies arbóreas em um remanescente de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana no município de Urubici, SC. A hipótese de que as espécies avaliadas apresentam elevada heterogeneidade funcional e que é espacialmente estruturada em função da distância da borda do remanescente foi testada. Para a determinação das espécies mais abundantes do fragmento, foi alocada uma transecção (20 x 100 m) perpendicular à borda do fragmento, em que foram amostradas as árvores com diâmetro a altura do peito (DAP) ≥ 5 cm. Para as espécies mais abundantes, foram caracterizados os seus traços funcionais: densidade da madeira (DM), área foliar (AF), área foliar específica (AFE) e altura máxima potencial (Hmax). Foram determinados os valores médios dos traços ponderados para a comunidade (CWM) e a diversidade funcional (RaoQ). Os dados foram analisados por meio de uma Análise de Componentes Principais (PCA) e por meio de correlograma de Mantel. Enquanto o eixo 1 da PCA sintetizou um gradiente funcional relacionado com a Hmax e AFE, o eixo 2 indicou uma variação relacionada com a DM e a AF. Além disso, observou-se estruturação espacial dos traços foliares (AF e AFE) e da diversidade funcional. Na borda, que é o ambiente onde a vegetação está mais exposta à geada, foi observada menor diversidade funcional, com a predominância de espécies com folhas pequenas. Assim, foi possível concluir que as espécies estudadas não são funcionalmente homogêneas e que a organização funcional é espacialmente estruturada em função da distância da borda.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jaqueline Beatriz Brixner Dreyer, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luiz de Camões, 2090, CEP 88520-000, Lages (SC), Brasil.

Monique Bohora Schlickmann, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Bióloga, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luiz de Camões, 2090, CEP 88520-000, Lages (SC), Brasil.

Tarik Cuchi, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheiro Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luiz de Camões, 2090, CEP 88520-000, Lages (SC), Brasil.

Francielle Santos Vieira, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luiz de Camões, 2090, CEP 88520-000, Lages (SC), Brasil.

Giselli Castilho Moraes, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luiz de Camões, 2090, CEP 88520-000, Lages (SC), Brasil.

Pedro Higuchi, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luiz de Camões, 2090, CEP 88520-000, Lages (SC), Brasil.

Ana Carolina da Silva, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, Dra., Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luiz de Camões, 2090, CEP 88520-000, Lages (SC), Brasil.

Referências

BARALOTO, C. et al. Decoupled leaf and stem economics in rain forest trees. Ecology letters, Hoboken, v. 13, n. 11, p. 1338-1347, 2010.

CHAVE, J. et al. Towards a worldwide wood economics spectrum. Ecology Letters, Hoboken, v. 12, n. 4, p. 351-366, 2009.

CHEN, L. et al. Tree growth traits and social status affect the wood density of pioneer species in secondary subtropical forest. Ecology and Evolution, Hoboken, v. 7, n. 14, p. 5366-5377, 2017.

CORNWELL, W. K.; ACKERLY, D. D. Community assembly and shifts in plant trait distributions across an environmental gradient in coastal California. Ecological Monographs, Hoboken, v. 79, n. 1, p. 109-126, 2009.

DRAY, S. et al. ade4: analysis of ecological data: exploratory and euclidean methods in environmental sciences. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: https://cran.r-project.org/web/packages/ade4/index.html. Acesso em: 11 abr. 2018.

IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 2012. 271 p.

INOUYE, D.W. Effects of climate change on phenology, frost damage, and floral abundance of montane wildflowers. Ecology, Hoboken, v. 89, n. 2, p. 353-362, 2008.

KORNDÖRFER, C. L.; DILLENBURG, L. R.; DUARTE, L. D. S. Assessing the potential of Araucaria angustifolia (Araucariaceae) as a nurse plant in highland grasslands of south Brazil. New Zealand journal of botany, Milton, v. 53, n. 1, p. 5-14, 2015.

LAURANCE, W. F.; CURRAN, T. J. Impacts of wind disturbance on fragmented tropical forests: A review and synthesis. Austral Ecology, Hoboken, v. 33, n. 4, p.399-408, 2008.

LEBRIJA-TREJOS, E. et al.Functional traits and environmental filtering drive community assembly in a species-rich tropical system. Ecology, Hoboken, v. 91, n. 2, p. 386-398, 2010.

MAGNANO, L. F. S. et al. Functional attributes change but functional richness is unchanged after fragmentation of Brazilian Atlantic forests. Journal of Ecology, Hoboken, v. 102, n. 2, p. 475-485, 2014.

MISSIO, F. F. et al. Trade-offs and spatial variation of functional traits of tree species in a subtropical forest in southern Brazil. iForest, Viberto, v. 9, n. 6, p. 855-859, 2016.

NAIMI, B. et al. Where is positional uncertainty a problem for species distribution modelling? Ecography, Hoboken, v. 37, n. 2, p. 191-203, 2014.

OKSANEN, J. et al. Vegan: community ecology package. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: http://cran.r-project.org/. Acesso em: 11 abr. 2018.

ORDONEZ, J. C. et al.Leaf habit and woodiness regulate different leaf economy traits at a given nutrient supply. Ecology, Hoboken, v. 91, n. 11, p. 3218-28, 2010.

OSNAS, J. L. D. et al. Global leaf trait relationships: mass, area, and the leaf economics spectrum. Science, Washington, v. 340, n. 6133, p. 741-744, 2013.

PAKEMAN, R. J. et al. Relative climatic, edaphic and management controls of plant functional trait signatures. Journal of Vegetation Science, Hoboken, v. 20, n. 1, p. 148-159, 2009.

PAUSAS, J. G.; VERDÚ, M. The jungle of methods for evaluating phenotypic and phylogenetic structure of communities. BioScience, Oxford, v. 60, n. 8, p. 614-625, 2010.

PÉREZ-HARGUINDEGUY, N. et al.New handbook for standardised measurement of plant functional traits worldwide. Australian Journal of Botany, Melbourne, v. 61, n. 3, p. 167-234, 2013.

PRIETO, P. V. et al. Edge effects of linear canopy openings on understory communities in a lowland Atlantic tropical forest. Applied Vegetation Science, Hoboken, v. 17, n. 1, p. 121-128, 2014.

R DEVELOPMENT CORE TEAM. R: a language and environment for statistical computing. Viena, 2018. Disponível em: http://www.r-project.org/. Acesso em: 11 abr. 2018.

RAMBO, T. R.; NORTH, M. P. Spatial and temporal variability of canopy microclimate in a Sierra Nevada riparian forest. Northwest Science, Washington, v. 82, n. 4, p. 259-268, 2008.

RASBAND, W. S. ImageJ. Bethesda: National Institute of Health, 2018. Disponível em: http://imagej.nih.gov/ij/. Acesso em: 11 abr. 2018.

SILVA, L. C. R. et al. Past century changes in Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze water use efficiency and growth in forest and grassland ecosystems of southern Brazil: implications for forest expansion. Global Change Biology, Hoboken, v. 15, n. 10, p. 2387-2396, 2009.

SOBOLESKI, V. F. et al. Floristic-functional variation of tree component along an altitudinal gradient in araucaria forest areas, in Southern Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 89, n. 3 supl., p. 2219-2228, 2017.

SOBRAL, F. L.; CIANCIARUSO, M. V. Estrutura filogenética e funcional de assembleias: (re)montando a ecologia de comunidades em diferentes escalas espaciais. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 28, n. 4, p. 617-631, 2012.

SOUZA, K. et al.Partição de nicho por grupos funcionais de espécies arbóreas em uma floresta subtropical. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 68, n. 4, p. 1165-1175, 2017.

STERCK, F. et al. Functional traits determine trade-offs and niches in a tropical forest community. Proceedings of the National Academy of Science, Washington, v. 108, n. 51, p. 20627-20632, 2011.

YANG, J. et al. Local-scale partitioning of functional and phylogenetic beta diversity in a tropical tree assemblage. Scientific Reports, London, v. 5, n. 12731, p. 1-10, 2015.

VANDEWALLE, M. et al. Functional traits as indicators of biodiversity response to land use changes across ecosystems and organisms. Biodiversity and Conservation, New York, v. 19, n. 10, p. 2921-2947, 2010.

Downloads

Publicado

01-09-2020

Como Citar

Dreyer, J. B. B., Schlickmann, M. B., Cuchi, T., Vieira, F. S., Moraes, G. C., Higuchi, P., & Silva, A. C. da. (2020). Estruturação espacial de traços funcionais de espécies arbóreas em função da distância da borda em Floresta Alto-Montana no sul do Brasil. Ciência Florestal, 30(3), 743–754. https://doi.org/10.5902/1980509833586

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3 4 

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.