Fatores limitantes da gestão dos produtos florestais não-madeireiros na APA de Guaratuba

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509831282

Palavras-chave:

Análise SWOT, Comunidade tradicional, Fatores críticos de sucesso

Resumo

O “acesso livre” aos produtos florestais não-madeireiros vem gerando uma série de questões críticas para o governo e para o setor florestal. Nesse contexto, a exploração sustentável dos produtos florestais não-madeireiros é apontada como uma importante estratégia para a conservação da biodiversidade e também para a geração de renda e qualidade de vida das populações rurais. O município de Guaratuba é composto em sua totalidade pela Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaratuba, onde vivem populações tradicionais que têm o extrativismo intrínseco aos seus costumes. Assim, este trabalho visa identificar os fatores limitantes da gestão dos produtos florestais não-madeireiros da Mata Atlântica do litoral do Estado do Paraná. A coleta de dados foi baseada em entrevistas com 70 famílias moradoras da APA de Guaratuba, das quatro unidades de gestão: Morro Grande, Estrada do Castelhano, Caovi-Cubatão e Baia de Guaratuba. Os dados foram submetidos à análise SWOT. Como principais resultados, cada comunidade mostrou-se heterogênea no seu sistema produtivo de uso e comercialização de produtos florestais não-madeireiros. A avaliação das fortalezas e fraquezas dos sistemas de produção avaliados indicam que a região de estudo se mostra adequada para o desenvolvimento de atividades com produtos não-madeireiros.  Conclui-se que a sustentabilidade da atividade não madeireira na região está longe de ser alcançada. Programas de conservação devem reconhecer que existe, nas Áreas de Proteção Ambiental, um alto grau de ocupação humana em que oportunidades de capacitação, superação de carência de recursos econômicos e básicos de saúde e infraestrutura devem ser sanados com urgência. Dessa forma, a atividade não madeireira, na forma como está sendo gerida, não pode ser considerada como estratégia de desenvolvimento para as comunidades, no entanto, se observadas as questões levantadas neste estudo, podem tornar-se atrativas.

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Biografia do Autor

Ana Paula Donicht Fernandes, Universidade Federal Rural da Amazônia, Capitão Poço, PA

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria e Mestrado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná na área de Economia e Política Florestal, com ênfase na aplicação dos instrumentos de Política Florestal para desenvolvimento das comunidades tradicionais. Com a mesma ênfase, graduou Doutora pela Universidade Federal do Paraná com estágio sanduíche na University of British Columbia, Canadá. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Capitão Poço, na área de Política e Economia Florestal.

Vitor Afonso Hoeflich, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Paraná (1970), graduação em Administração de Empresas pela Universidade Católica do Paraná (1970), mestrado em Economia Rural (1973) e doutorado em Economia Rural (1981) pela Universidade Federal de Viçosa (1981), com estágio de pós-doutorado na Universidade de Minnesota(USA). Atualmente é professor associado da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência nas áreas da Agronomia e Engenharia Florestal, com ênfase nos temas relacionados com administração e economia rural; política agrícola; economia e política florestal, atuando principalmente nos seguintes tópicos: benefícios socioeconômicos e ambientais, cadeias produtivas, análise econômica e de políticas, e contribuições da pesquisa agropecuária e florestal. Atualmente atua como Coordenador-Adjunto do Grupo de trabalho IUFRO 9.05.08 - Forest and natural resources policy and governance in Latin America and the Caribbean e como Coordenador do grupo de trabalho IUFRO 4.05.03 - Managerial economics and accounting in Latin America, da International Union of Forest Research. Exerceu a função de Diretor Científico da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná-FUPEF (Fundação de Apoio da UFPR).

Ivan Crespo Silva, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará - FCAP atual Universidade Federal Rural da Amazônia (1976), com mestrado (1984) e doutorado (2000) em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná na área de concentração Silvicultura. É pesquisador principal - A III - da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) e atualmente, com cessão institucional desde 2000, é professor/orientador do Curso de Pós - Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba (PR). Na CEPLAC iniciou sua carreira de pesquisador desenvolvendo pesquisas na Amazônia brasileira (Rondônia, Amazonas, Pará e Mato Grosso) e no estado da Bahia (Ilhéus / Una) e Espírito Santo (Linhares), tendo sido chefe do Centro de Recursos Genéticos do Cacau e também chefe de Pesquisas da Amazônia Oriental. Elaborou e conduziu diversos projetos de pesquisa nas diferentes regiões onde atuou e atua (região sul do Brasil), com várias publicações elaboradas à respeito. Tem experiência na área de Silvicultura (produtos madeiráveis e não-madeiráveis) e Agrossilvicultura (tecnologias agroflorestais aplicadas) com ênfase em manejo, tratos culturais e avaliação de intercultivos, atuando principalmente nos seguintes temas: arboricultura, sistemas agroflorestais, produção e produtividade multicultural, interfaces sociais, econômicas e ambientais no meio rural com ênfase em unidade produtiva familiar. Membro do Programa de Cooperação Brasil-Moçambique no âmbito do Ministério das Relações Exteriores, Membro do Acordo de Cooperação entre Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidad Nacional de Santiago del Estero (UNSE) na Argentina em nível de Pòs-Graduação, Membro do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) que elaborou o Plano Nacional de Silvicultura com Espécies Nativas e Sistemas Agroflorestais (PENSAF). Foi Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais (SBSAF) na gestão 2002 - 2004, Presidente na gestão 2006 - 2008, ocupando novamente a vice-presidência na gestão 2009 -2011 e na gestão 2012-2013. Presidente da SBSAF, gestão 2013 a 2016. Professor Visitante na Universidade Nacional de Santiago del Estero (Argentina), Faculdade de Ciências Florestais, Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, de março de 2016 a março de 2017. Assessor Científico Nomeado do Comitê Acadêmico do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Nacional de Santiago Del Estero (UNSE), 2016-2017.

Mara Freire Rodrigues de Souza, Pesquisadora Autônoma, Curitiba, PR

Doutora em Economia e Política Florestal, pela UFPr, possui graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1992), graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1992) e mestrado em Manejo Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1996). Sócia do escritório RODRIGUES DE SOUZA & ADVOGADOS ASSOCIADOS especializado em Direito Publico, com enfase em Direito Ambiental e Administrativo, presta serviços a diversas empresas da área agroambiental e florestal. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com destaque na área de Política e Legislação Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo florestal, Amazônia, EIA/RIMA, Plano de Manejo de Unidades de Conservação, planos de manejo florestal sustentado, avaliação de projetos ambientais em nível nacional executados com recursos internacionais, avaliação, identificação e delimitação de terras indígenas e recursos administrativos e judiciais. É membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB/Pr desde 2009, da Comissão do Agronegócio da OAB/Pr desde 2018 e da Comissão de Mediação Ambiental desde 2019.

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Publicado

04-06-2020

Como Citar

Fernandes, A. P. D., Hoeflich, V. A., Silva, I. C., & Souza, M. F. R. de. (2020). Fatores limitantes da gestão dos produtos florestais não-madeireiros na APA de Guaratuba. Ciência Florestal, 30(2), 323–334. https://doi.org/10.5902/1980509831282

Edição

v. 30 n. 2 (2020)

Seção

Artigos

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