Espécies utilizadas em arborização urbana podem apresentar fitotoxicidade - um estudo de caso em <i>Schinus molle</i> L.
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509820597Palavras-chave:
Alelopatia, Citotoxicidade, FitotoxicidadeResumo
O objetivo deste estudo foi estudar a fitotoxicidade e citotoxicidade de extratos etanólico e aquoso das diferentes estruturas de Schinus molle L., uma espécie ornamental, comumente usada em arborização urbana no Brasil, utilizando sementes de alface (Lactuca sativa L.) como planta modelo. Os extratos vegetais foram preparados a partir de amostras de folhas, inflorescências, frutos verdes e maduros coletados em Alfenas, Minas Gerais, Brasil. Os parâmetros avaliados foram germinação (G), índice de velocidade de germinação (GVI), comprimento radicular (RE), biomassa fresca (FB), biomassa seca (DB), porcentagem de plântulas (PS), índice mitótico (MI) e anomalias cromossômicas (CA). De acordo com os resultados, para o extrato aquoso, encontramos interações entre as estruturas e as concentrações utilizadas em relação a G, GVI, RE, DB, e CA. Não houve diferença significativa entre as estruturas vegetais em relação à porcentagem de plântulas normais, exceto para as concentrações. No entanto, para todos os parâmetros foi encontrada diferença significativa em relação ao extrato etanólico, exceto para anormalidades cromossômicas. O aumento da concentração leva à redução de todos os parâmetros avaliados, mostrando o efeito concentração-dependente. Os extratos etanólico e aquoso de Schinus molle mostraram efeito fitotóxico, indicando a necessidade de reavaliação e cuidado no uso dessa espécie para o reflorestamento.
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