VARIAÇÃO ENTRE E DENTRO DE POPULAÇÕES EM TAMANHO E DORMÊNCIA DE SEMENTES DE <i>Schizolobium parahyba</i> (Vell.) Blake NA FLORESTA ATLÂNTICA

Autores

  • Juliana Müller Freire
  • Fátima Conceição M. Piña-Rodrigues
  • André Luís Fonseca dos Santos
  • Maurício Ballesteiro Pereira

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509820592

Palavras-chave:

semente florestal, diversidade populacional, morfometria da semente, germinação.

Resumo


http://dx.doi.org/10.5902/1980509820592

O tamanho da semente e seu grau de dormência foram estudados em 20 matrizes de duas populações de Schizolobium parahyba, visando avaliar como estas características se distribuem entre e dentro de populações e qual a influência da morfometria na capacidade de germinação da espécie. As populações são procedentes da região litorânea (Paraty) e montanhosa (Miguel Pereira) no Estado do Rio de Janeiro. As características morfométricas (comprimento, largura, espessura e massa) foram medidas e a germinação com e sem tratamento de quebra de dormência (escarificação mecânica) foi avaliada em um teste de emergência com delineamento inteiramente casualizado. Todas as variáveis morfométricas diferiram significativamente entre indivíduos e entre populações. As matrizes da região montanhosa apresentaram maior tamanho da semente e um menor nível de dormência do que aquelas localizadas na região litorânea. O tamanho da semente não influenciou a germinação das sementes e o desenvolvimento das plântulas. A influência do clima na seleção do comportamento germinativo da espécie foi discutido com base nos resultados obtidos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR SOBRINHO, J. Guapuruvu (Schizolobiumparahyba (Vell.) Blake: uma espécie de rápido crescimento. RevistaFloresta e Ambiente, n. 3, p. 184-185, 1996.

ALONSO-BLANCO, C. et al. Natural allelic variation at seed size loci in relation to other life history traits of Arabidopsis thaliana. Proc. Natl. Acad. Sci.96, 4710–4717, 1999.

ANDERSON, L.; MILBERG, P. Variation in seed dormancy among mother plants, populations and years of seed colection. Seed Science Research,v. 8, p. 29-38, 1998.

BACKES, P.; IRGANG, B. Árvores do sul : guia de identificação & interesse ecológico. Instituto Souza Cruz, [2004]. 326p

BARBEDO, C.J.; NAKAGAWA, J.; MACHADO, J.R.Efeitos do tamanho e do armazenamento na dormência de sementes de mucuna preta. Científica, v. 16, p. 97-104, 1988.

BECKSTEAD, J.; MEYER, S.E.; ALLEN, P.S. Bromustectorum seed germination: between-population and between-year variation. CanadianJournalofBotany, 74, 875-882, 1996.

CARVALHO. P.E.R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Embrapa Informação Tecnológica; Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2003. 1039.

CHRISTIE, D.; ARMETO, J. Regeneration microsites and tree species coexistence in temperate rain forests of Chiloé Island, Chile. Journal of Ecology, v. 91, p. 776–784, 2003.

COHEN, D. Optimizing reproduction in a randomly varying environment. JournalofTheoreticalBiology, v. 12, p. 119–129, 1966.

CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. ed., Viçosa/UFV, 1994.

ENGEL, V.L.; PARROTA, J.A. An evaluation of direct seeding for reforestation of degraded lands in central São Paulo state, Brazil. Forest Ecology and Management, Volume 152, Issues 1-3, October/2001, pages 169-181, 2001.

ERIKSSON, O. Seed size variation and its effect on germination and seedling performance in the clonal herb Convallariamajalis. Acta Oecologica, v. 20, p. 61-66, 1999.

FALCONER, D.S. Introdução a genética quantitativa. Ed Impr. Univ., Viçosa, 1987.

FENNER, M.; THOMPSON, K. The ecology of seeds. Cambridge: Cambridge University Press. 2005.

FERREIRA, A.G.; BORGHETTI, F. Germinação: do básico ao aplicado. Org. Alfredo Gui Ferreira e Fabian Borghetti. Ed. Artmed, Porto Alegre. 2005.

FOSTER, S.A.; JANSON, C.H. The relationship between seed size and establishment conditions in tropical woody plants. Ecology, v. 66, n. 3, p. 773-780, 1985.

GERITZ, S.A.; MEIJDEN, E. van der; METZ, J.A.J. Evolutionary Dynamics of Seed Size and Seedling Competitive Ability. IIASA (InternationalInstitute for Applied Systems Analysis). Laxenburg, Austria. 1997.

GHODDOZI, S.M.; POZZOBON, M.; UHLMANN, A. Influência do tamanho da semente na germinação e no desenvolvimento de plântulas de CopaiferatrapezifoliaHayne (caesalpiniaceae). InVI CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 2003, Fortaleza, Anais … Fortaleza, 2003, p. 247-248.

GOMEZ, J.M. Bigger is not always better: conflicting selective pressures on seed size in Quercus ilex. Evolution, v. 58, n. 1, p. 71–80, 2004.

GUO, Q. Plant abundance: the measurement and relationship with seed size. Oikos, v. 101, p. 639-642, 2003.

HAREL, D.; HOLZAPFEL, C.; STERNBERG, M. Seed mass and dormancy of annual plant populations and communities decreases with aridity and rainfall predictability. Basic andAppliedEcology (2011), doi:10.1016/j.baae.2011.09.003

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Diretoria de Geociências. 2002. Mapa Brasil Climas Escala 1:5.000.000. IBGE, 1978 com adaptações.

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA – INMET. Banco de Dados Meteorológicos – RJ/SP. Seção de Observação e Meteorologia Aplicada. 6o Distrito de Meteorologia – INMET. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2005.

LEISHMAN, M.R.; MURRAY, B.R. The relationship between seed size and abundance in plant communities: model predictions and observed patterns. Oikos, v.94, p. 151-161, 2001.

LEISHMAN, M.R. et al. The evolutionary ecology of seed size. In: FENNER, M. (ed., 2nded). Seeds: Ecology of Regeneration in Plant Communities, CAB International, Wallingford, pp. 31–57. 2000.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: EditoraPlantarum, 1992, 352 p.

LUSK, C.H.; KELLY, C.K. Interspecific variation in seed size and safe sites in a temperate rain forest. New Phitologist, Oxon, v.158, p.535-541, 2003.

MAGUIRE, J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, v. 2, p. 176-177, 1962.

MALAVASI, U.C.; MALAVASI, M.M. de. Influência do tamanho e do peso da semente na germinação e no estabelecimento de espécies de diferentes estágios da sucessão vegetal. Floresta e Ambiente, v. 8, n. 1, p. 211-215, 2001.

MEIADO, M.V.; SIMABUKURO, E.A. Estudo comparativo de frutos e sementes de duas populações de Enterolobiumcontortisiliquum (Vell.) Morong ocorrentes em zona de caatinga e brejo de altitude no estado de Pernambuco. In: VI CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 2003, Fortaleza, Anais ... , Fortaleza, 2003, pp. 336-337.

MESQUITA, I.A.; RAMALHO, M.A.P.; SANTOS, J.B. dos. Efeito materno na determinação do tamanho da semente do feijoeiro (PhaseolusvulgarisL.).Ciênc. Prát. Lavras, v.14, n. 3, p. 283-290, 1990.

MIJNSBRUGGE, K.V.; BISCHOFF, A.; SMITH, B. A question of origin: Where and how to collect seed for ecological restoration. Basic and Applied Ecology, v. 11, p. 300–311, 2010.

NATHAN, R.; SCHILLER, G. Samara´s aerodynamic properties in Pinushalepensis Mill., a colonizing tree species, remain constant despite considerable variation in morphology. In: STEINBERGER, Y. (Ed), Preservation of Our World in the Wake of Change, Vol. VI A/B ISEEQS Pub. Jerusalem, Israel. 1996.

NETO, J.T.DE F.; CARVALHO J.U.de.; MULLER C.H. Estimativas de correlação e repetibilidade para caracteres do fruto de bacurizeiro. Ciênc. Agrotec., v. 28, n. 2, p. 302-307, 2004.

NGULUBE, M.R.; HALL, J.B.; MAGHEMBE, J.A. Fruit, seed and seedling variation in Uapacakirkiana from natural populations in Malawi. Forest Ecology and Management,v.98, p. 209-219, 1997.

NORDEN, N. et al. The relationship between seed mass and mean time to germination for 1037 tree species across five tropical forests. Functional Ecology, v. 23, p. 203–210, 2009.

PHILIPPI, T. Bet-hedging germination of desert annuals: variation among populations and maternal effects in Lepidiumlasiocarpum. American Naturalist, v. 142, p. 488-507, 1993.

PINA-RODRIGUES, F.C.M.; COSTA, L.G.S.; REIS, A.. Estratégias de estabelecimento de espécies arbóreas e o manejo de florestas tropicais. In: VI CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO. SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA, 1990, Campos do Jordão, Anais, São Paulo, 1990, p.676-684.

POZZOBONI, M.; GHODDOSSI, S.M.; UHLMANN, A. Estratégias de alocação de recursos na formação de frutos e sementes e seus efeitos na germinação e desenvolvimento de plântulas de Cabralea canjerana (Vellozo) Martius (Meliaceae). In: Anais VI CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 2003, Fortaleza, Anais ..., Fortaleza, 2003, pp. 345-347.

RAMÍREZ-VALIENTE, J.A. et al. Population differences in juvenile survival under increasing drought are mediated by seed size in cork oak (Quercussuber L.). Forest Ecology and Management, v. 257, p. 1676–1683, 2009.

REES, M.. Communitiy structure in sand dune annuals: is seed weight a key quantity? Journal of Ecology, v. 83, p. 857-886, 1995.

ROLSTON, M.P. Water impermeable seed dormancy. Botanical Review, n.44, p. 365-396, 1978.

SAEG, 2001. Análises Estatísticas no SAEG. Editora: Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

SAKAI, S.; SAKAI, A.; ISHII, H. S. Patterns of wing size variation in seeds of the lily Cardiocrinumcordatum (Liliaceae). American Journal of Botany, v. 84, p. 1275-1278, 1997.

SALAZAR, R.F. Genetic variation in seeds and seedlings of ten provenaces of Gliricidiasepium (Jacq.) Steud. Forest Ecology and Management, v. 16, p. 1-4, 1986.

SCHÜTZ, W.; MILBERG, P. Seed dormancy in Carexcanescens: regional differences and ecological consequences. Oikos 78, 420-428.

SIMONS, A.M.; JOHNSTON, M.O.Variation in seed traits of Lobelia inflata (Campanulaceae): sources and fitness consequences. Am. J. Bot, v. 87, p. 124–132, 2000.

VENABLE, D. L.; BROWN, J. S. The selective interactions of dispersal, dormancy and seed size as adaptations for reducing risks in variable environments. American Naturalist, v. 131, p. 360–384, 1988.

VIEIRA, S. Introdução à bioestatística. Rio de Janeiro: Campus. 1991.

WAGNER, I.; SIMONS, A.M. Intraspecific divergence in seed germination traits between high- and low-latitude populations of the arctic-alpine annual Koenigiaislandica. Arctic, Antarctic, and Alpine Research, v. 40, n. 1, p. 233–239, 2008.

WHITNEY, K.D.; LISTER, C.E. Fruit colour polymorphism in Acacia ligulata: seed and seedling performance, clinar patterns, and chemical variation. Evolutionary Ecology, v. 18, n. 2, p. 165-186, 2004.

ZAR, J.H. Biostatistical analysis. 4ªed. New Jersey, Prentice-Hall, Inc: 1999.

Downloads

Publicado

30-12-2015

Como Citar

Freire, J. M., Piña-Rodrigues, F. C. M., Santos, A. L. F. dos, & Pereira, M. B. (2015). VARIAÇÃO ENTRE E DENTRO DE POPULAÇÕES EM TAMANHO E DORMÊNCIA DE SEMENTES DE <i>Schizolobium parahyba</i> (Vell.) Blake NA FLORESTA ATLÂNTICA. Ciência Florestal, 25(4), 897–907. https://doi.org/10.5902/1980509820592

Edição

Seção

Artigos