ESTRUTURA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ANDIROBEIRAS (<i>Carapa</i> spp.) EM FLORESTA DE VÁRZEA DO ESTUÁRIO AMAZÔNICO

Autores

  • Jadson Coelho de Abreu
  • Marcelino Carneiro Guedes
  • Ana Claudia Lira Guedes
  • Edmilson das Merces Batista

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509816614

Palavras-chave:

Amapá, distribuição diamétrica, distribuição agregada, Florestam.

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/1980509816614

O objetivo geral deste trabalho foi avaliar se a densidade de ocorrência de andirobeiras é dependente da distância do rio Amazonas, analisando sua distribuição espacial e a estrutura diamétrica da população em um trecho de floreta de várzea no Estado do Amapá. Esse trabalho faz parte do projeto Florestam (Ecologia e manejo florestal para uso múltiplo de várzeas do estuário amazônico) e foi desenvolvido em uma área de proteção ambiental (APA) de 136,59 ha, localizada no Distrito da Fazendinha, município de Macapá - AP (00°03’04,24”S e 51º07’42,72”W). Foram lançados 3 transectos perpendiculares à margem do rio Amazonas, distanciados entre si a cada 500 m, para orientar no direcionamento e localização das árvores. Todas as andirobeiras com (CAP) circunferência a altura do peito  ≥ 15 cm foram inventariadas e mapeadas, anotando-se o (CAP) e o número da árvore em uma ficha de campo. A influência da distância do rio sobre a densidade das andirobeiras foi analisada por regressão linear. O número de classes diamétricas foi definido conforme Higushi. Foi testado o ajuste da distribuição dos diâmetros das andirobeiras ao modelo exponencial de Meyer. Foi calculado o quociente q de De Liocourt, tanto para a frequência observada quanto para a estimada. Calculou-se o índice de Morisita, variância/média e índice de agregação para se inferir sobre a distribuição espacial. Foram inventariadas 680 andirobeiras produtivas e não produtivas, com uma área basal de 55,84 m², gerando uma densidade de 5 árvores ha-1. Quanto à distribuição diamétrica, foram geradas 9 classes de diâmetro com 11 cm de amplitude, sendo que o coeficiente de determinação para o modelo exponencial foi de 0,93 e o quociente q=2,03. Os índices utilizados mostraram que a distribuição espacial das andirobeiras adultas ocorre de forma agregada. A estrutura diamétrica das andirobeiras mostra que há elevada quantidade de regenerantes e que a população não está senescente. A densidade de andirobeiras adultas é dependente da distância do rio, com maior concentração de árvores em áreas mais distantes do rio Amazonas.

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Publicado

26-12-2014

Como Citar

Abreu, J. C. de, Guedes, M. C., Guedes, A. C. L., & Batista, E. das M. (2014). ESTRUTURA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ANDIROBEIRAS (<i>Carapa</i> spp.) EM FLORESTA DE VÁRZEA DO ESTUÁRIO AMAZÔNICO. Ciência Florestal, 24(4), 1009–1019. https://doi.org/10.5902/1980509816614

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