Arquitetura arbórea e morfometria foliar de Qualea grandiflora Mart. (Vochysiaceae) em um fragmento de mata seca e pastagem no estado de Goiás, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X74742Palavras-chave:
Brasil, Cerrado, Myrtales, Neotrópicos, Plasticidade FenotípicaResumo
A investigação dos traços funcionais de uma comunidade vegetal é de extrema importância para conservação de habitats e espécies vegetais. O presente estudo objetivou avaliar a arquitetura arbórea e a morfometria foliar de Qualea grandiflora (Vochysiaceae) em um fragmento de floresta seca semidecídua e pastagem, no assentamento Boa Esperança, Piracanjuba, Goiás, Brasil. Foram coletados dados ambientais, de arquitetura arbórea e de morfometria foliar, consistindo na amostragem de sete indivíduos na floresta seca semidecídua e cinco na pastagem. Para as análises estatísticas, o teste de Shapiro-Wilk foi usado para testar a normalidade dos dados. Para a comparação das médias dos traços funcionais entre os dois ambientes utilizou-se o teste t de Student. O valor médio da cobertura de dossel foi de 85% para floresta seca semidecídua e de 0% para pastagem. Os valores médios para o comprimento e largura da folha foram menores na pastagem. Não houve diferença significativa para o comprimento do pecíolo nos dois ambientes avaliados e para nenhum dos traços funcionais relativos à arquitetura arbórea. Provavelmente, os indivíduos de Qualea grandiflora se desenvolveram melhor na floresta seca semidecídua, como resposta às condições ambientais menos estressantes para a espécie. Assim, recomenda-se, para fins de exploração sustentável pela comunidade local, que as matrizes arbóreas sejam escolhidas dentro da área de floresta seca semidecídua.
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