O problema da história na fortuna crítica de A rosa do povo
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X73945Palavras-chave:
Drummond, História, Poesia brasileiraResumo
O presente artigo discute o problema do termo história na fortuna crítica do livro A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade. Realizamos a leitura de parte da fortuna crítica de A rosa do povo, mirando as interpretações sobre a história na obra, a fim de compreender o estado da questão. Nossa hipótese sugere que, de 1945 até fins da década de 80, há uma tendência ao emprego do termo ‘história’ de forma generalizante, sem análise da questão nos poemas drummondianos, traço de recepção crítica diretamente ligado às condições desfavoráveis de censura e repressão vividas pela crítica literária brasileira, situação herdada do Estado Novo (1937-1945) e aprofundada com a Ditadura Militar (1964-1985). A partir dos anos 90 ocorre uma mudança na abordagem do termo, quando aparecem trabalhos que se debruçam sobre os poemas de maneira detida. Esta guinada, a nosso ver, processa-se devido a um contexto, em tese, menos conservador, o qual possibilita o aparecimento de outras categorias, conceitos e abordagens sobre a lírica de Drummond no âmbito acadêmico.
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