O espaço em Quem me dera ser onda, de Manuel Rui
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X23420Resumo
O presente artigo tem em vista a realização de um estudo em torno da categoria espaço. A abordagem centra-se na obra marcadamente emblemática de sua época no contexto da contribuição para o enriquecimento e a periodização da literatura de seu país. Trata-se da obra Quem me dera ser onda (2005), do angolano Manuel Rui. Quem me dera ser onda é uma novela que retrata a situação de uma população que, por força da Revolução, isto é, com o final da guerra colonial em 1975, procura adaptar-se à nova realidade fruto das conquistas dessa mesma Revolução. Verifica-se o movimento da população do subúrbio em direção às áreas urbanizadas de Luanda e os desafios, os choques com que se enfrenta essa nova realidade de vida. Assim, narram-se fatos ocorridos no pós-independência de Angola. Quem me dera ser onda tem como espaço fundamental a capital angolana, a grande cidade luandense que está vivendo uma experiência nova fruto das conquistas do povo, uma explosão demográfica, em um movimento unidirecional, do subúrbio para o urbano, para o desconhecido. Será adotada uma metodologia analítica e descritiva apoiada em conceitos sobre espaço a partir de teóricos como Reis e Lopes (2000); Paz e Moniz (2004); Umbelino (2011) e, sobretudo, Bourneuf e Ouellet (1976), que apresentam o espaço opressivo como sendo predominante nos romances contemporânes. Dada a confluência de eventos no espaço Luanda, acha-se importante o aprofundamento desta categoria na obra.Downloads
Referências
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