As marcas da resistência na literatura de testemunho em Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X67634

Palavras-chave:

Ditadura civil-militar, Escritores da Guerrilha, Memória, Literatura de Testemunho

Resumo

O período da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) gerou severos traumas a cultura política do país, mas após a Anistia, em 1979, começaram a abundar na seara literária diversos livros que tratavam sobre o período da luta armada (1968-1975), sobretudo escritos por ex-guerrilheiros, transformando-se em campões de vendagem no período. Este artigo possui como objetivo principal examinar a construção da memória de resistência e seus usos através das fontes da Literatura do Testemunho contidas nas obras de Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis, respectivamente com os livros, O que é isso companheiro (1982) e Os carbonários: memórias da Guerrilha Perdida (2014). Para efeitos metodológicos, tratar-se-á de um trabalho qualitativo, a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema; igualmente, realizaremos análise de conteúdo do corpus dessas obras. Como resultado de pesquisa, concluímos que a Literatura do Testemunho serviu de elemento fiador da memória dos autores e como expressão de resistência.

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Biografia do Autor

César Alessandro Sagrillo Figueiredo, Universidade Federal do Tocantins

Prof. Adjunto III em Ciência Política no Curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal do Norte Tocantins (UFNT) e Coordenador do Grupo de Pesquisa Violência e Estado. Possui doutorado em Ciência Política pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Publicado

2022-06-10 — Atualizado em 2022-06-10

Versões

Como Citar

Figueiredo, C. A. S. (2022). As marcas da resistência na literatura de testemunho em Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis. Literatura E Autoritarismo, (39), 5–16. https://doi.org/10.5902/1679849X67634