Como romancear a revolução ou A hora próxima, de Alina Paim

Autores

  • Cíntia Carla Moreira Schwantes Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X30662

Palavras-chave:

Alina Paim, Realismo socialista, História, Literatura Brasileira

Resumo

Alina Paim foi membro do Partido Comunista e a escritura de A hora próxima obedece aos preceitos do realismo socialista. Sua publicação foi retardada em virtude da oposição enfrentada pelo grupo a que ela e o marido pertenciam e o grupo dominante dentro do Partido. Independentemente das intrigas de bastidor que cercaram a escritura e a publicação do romance, ele realiza um feito nada desprezível: o de seguir a linha ideológica do Partido, utilizando os pressupostos do realismo socialista, sem trair a matéria romanesca utilizada pela autora, uma greve que realmente aconteceu. Escrever um romance histórico é sempre tarefa delicada, e ainda mais quando as simpatias do escritor alinham-se com o lado que perdeu a luta. Fazer da derrota uma vitória, ainda que parcial é um exercício de, mais do que criatividade, fé. Em A hora próxima, a vitória é algo para o futuro, e é apenas indicada, não se realizando dentro dos limites temporais da narrativa. Vale ressaltar, no romance em estudo, não apenas o fato de que ele se alinha em uma causa justa, mas também que o faz utilizando com maestria as técnicas literárias a sua disposição.

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Referências

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PAIM, Alina. A hora próxima.Rio de Janeiro: Vitória, 1955.

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Publicado

2012-12-01

Como Citar

Schwantes, C. C. M. (2012). Como romancear a revolução ou A hora próxima, de Alina Paim. Literatura E Autoritarismo, (20). https://doi.org/10.5902/1679849X30662