A entidade meganarradora em Mais estranho que a ficção: aproximações entre a narração literária e a cinematográfica

Autores

  • Carlos Ossanes Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X26599

Palavras-chave:

Meganarrador, Narrador, Teoria da Adaptação

Resumo

Ainda que não se trate de uma tradução intersemiótica, o longa Mais estranho que a ficção (Stranger than Fiction, 2006), dirigido por Marc Forster, traz à luz das discussões sobre a Teoria da Adaptação um exemplo interessante a respeito do que André Gaudreault denominou meganarrador cinematográfico: uma entidade extradiegética que administra a narrativa. Na obra, a personagem Karen Eiffel escreve um romance sobre a vida de um homem chamado Harold Crick, sem saber que ele realmente existe. A personagem adquire uma voz narrativa diferente quando dentro da diegese primária, por acontecer com Harold tudo aquilo que ela datilografa de sua história. Esse fato é marcado, na película, pelo momento em que a personagem passa a ouvir a voz de sua autora a narrar, prescritiva e descritivamente, as ações do seu dia. Essa estrutura narrativa rende uma aproximação entre o método narrativo da literatura com as recorrentes narrativas cinematográficas, gerando uma problemática acerca das faculdades discursivas de cada uma das linguagens, foco deste trabalho.

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Biografia do Autor

Carlos Ossanes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

Mestrando em Estudos da Literatura pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

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Publicado

2017-04-10 — Atualizado em 2022-03-16

Versões

Como Citar

Ossanes, C. (2022). A entidade meganarradora em Mais estranho que a ficção: aproximações entre a narração literária e a cinematográfica. Literatura E Autoritarismo, (19). https://doi.org/10.5902/1679849X26599 (Original work published 10º de abril de 2017)

Edição

Seção

Artigos