About the writing of pain

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X74311

Keywords:

Military dictatorship, Violence, Trauma, Testimony

Abstract

The text presents as object of study the testimonial works of Luiz Roberto Salinas Fortes, Retrato calado (1988), and of Flávio Tavares, Memórias do esquecimento (1999), in which the authors narrate events experienced during the years of the military dictatorship in Brazil ( 1964-1985), including his passages through torture sessions. In this work, the reasons why the reports present certain structural characteristics are explored, such as the narrator's split in the face of the description of events of extreme violence, the incorporation of an interlocutor to whom the narrator addresses, the apparent impossibility of ordering chronology of facts and the repetition of terms and syntactic constructions in the same period. The interpretative hypothesis investigated is that similar devices, added to the evidence that a long time elapsed between the experience of the facts and their narration, indicate that this hesitant narrator is a victim of traumatic experiences. In this sense, the discursive structure of the testimonies of Salinas and Tavares is analyzed, identifying in the reports indicative elements of the difficulties faced in the act of writing about pain.    

Downloads

Author Biography

Fabricio Flores Fernandes, Universidade Estadual do Piauí

Doutor em Teoria e História Literária (UNICAMP) e Bolsista PRODOC/CAPES na UFPI

References

ADORNO, Theodor W. Teoria estética. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, s/d.

ARNS, Paulo Evaristo. “Amanhã, na batalha, pensa em mim”. Entrevista concedida a Marcos Fonseca. In: Cult, n° 78, São Paulo, março/2004, p. 55-60.

BETTO, Frei. Batismo de sangue. São Paulo: Círculo do Livro, 1982.

CANDIDO, Antonio. “Prefácio”. In: FORTES, Luiz Roberto Salinas. Retrato calado. São Paulo: Marco Zero, 1988, p. IX-XIII.

CHAUÍ, Marilena. “Apresentação”. In: FORTES, Luiz Roberto Salinas. Retrato calado. São Paulo: Marco Zero, 1988, p. I-VIII.

COELHO, Marco Antônio Tavares. Herança de um sonho. As memórias de um comunista. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.

DOSTOIEVSKI, Fiodor. Recordações da casa dos mortos. Trad. Nicolai S. Peticov. São Paulo: Nova Alexandria, 2006.

FELMAN, Shoshana. The Juridical Unconscious. Trials and Traumas in the Twentieth Century. Cambridge: Harvard University Press, 2002.

FERNANDES JÚNIOR., Ottoni. O baú do guerrilheiro. Memórias da luta armada urbana no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2004.

FORTES, Luiz Roberto Salinas. “Introdução”. In: Sartre no Brasil – a conferência de Araraquara. 2ª ed.Trad. Luiz Roberto Salinas Fortes. Rio de Janeiro: Paz e Terra; São Paulo: UNESP, 1987, p. 11-19.

FORTES, Luiz Roberto Salinas. Retrato calado. São Paulo: Marco Zero, 1988.

FORTES, Luiz Roberto Salinas. O iluminismo e os reis filósofos. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2004.

FREUD, Sigmund. “Luto e melancolia”. Trad. Marilene Carone. In: Novos Estudos Cebrap, nº 32, março 1992, p. 128-142.

FREUD, Sigmund. “Beyond the Pleasure Principle”. In: _____. Beyond the Pleasure Principle and Other Writings. Trans. John Reddick. London: Penguin Books, 2003.

GINZBURG, Jaime. “Conceito de melancolia”. In: Revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, nº 20, jun 2001, p. 102-116.

HENRIQUES, Élber de Mello. “Eu vi a tortura”. Veja. 03/11/99, p.11-15.

JAMESON, Fredric. “A interpretação: a literatura como ato socialmente simbólico”. In: JAMESON, Fredric. O inconsciente político. A narrativa como ato socialmente simbólico. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Ática, 1992, p. 15-103.

KEHL, Maria Rita. “Três perguntas sobre o corpo torturado”. In: KEIL, Ivete; TIBURI, Márcia (orgs.). O corpo torturado. Porto Alegre: Escritos, 2004, p. 9-19.

LACAPRA, Dominick. Writing History, Writing Trauma. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2001.

PERES, Urania Tourinho (org.). Melancolia. São Paulo: Escuta, 1996.

PETERS, Edward. Tortura. Trad. Lilá Spinelli. São Paulo: Ática, 1989.

PINHEIRO, Paulo Sérgio. “Autoritarismo e transição”. In: Revista USP, São Paulo, 1991, n. 9, p. 45-56.

REZENDE, José Roberto. Ousar lutar. Memórias da guerrilha que vivi (depoimento a Mouzar Benedito). São Paulo: Viramundo, 2000.

RIBEIRO, Renato Janine. “A dor e a injustiça”. In: COSTA, Jurandir Freire. Razões públicas, emoções privadas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 7-12.

SANTOS, José Vicente Tavares dos; TIRELLI, Cláudia. “A ordem pública e o ofício de polícia: a impunidade na sociedade brasileira”. In: SOUSA, Edson Luiz André de (org.). Psicanálise e colonização. Leituras do sintoma social no Brasil. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p. 113-127.

SCHOLLHAMMER, Karl Erik. “Os cenários urbanos da violência na literatura brasileira”. In: PEREIRA, Carlos Alberto et al. (orgs.). Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 236-259.

SCLIAR, Moacyr. Saturno nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SEGATTO, José Antonio. “Cidadania de ficção”. In: _____; BALDAN, Ude (orgs.). Sociedade e literatura no Brasil. São Paulo: UNESP, 1999, p. 201-221.

SIRKIS, Alfredo. Os carbonários. 14ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.

SONTAG, Susan. “Sob o signo de Saturno”. In: _____. Sob o signo de Saturno. 2ª ed. Trad. Ana Maria Capovilla e Albino Poli Jr. Porto Alegre: L&PM, 1986, p. 85-103.

TAVARES, Flávio. Memórias do esquecimento. 3 ed. São Paulo: Globo, 1999.

TAVARES, Flávio. Memórias do esquecimento. 5ª ed. (1ª edição ampliada). Rio de Janeiro: Record, 2005.

VIÑAR, Maren e Marcelo. Exílio e tortura. Trad. Wladimir Barreto Lisboa. São Paulo: Escuta, 1992.

Published

2008-11-16

How to Cite

Fernandes, F. F. (2008). About the writing of pain. Literatura E Autoritarismo, (1), e8. https://doi.org/10.5902/1679849X74311