Infâncias clandestinas: memórias de filhos e filhas da militância em um curta brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X90652Schlagworte:
Audiovisual, Documentário, Ditadura militar, MemóriaAbstract
Neste breve ensaio, realizo uma análise fílmica do curta 15 filhos, dirigido por Marta Nehring e Maria Oliveira e lançado em 1996. Trabalho com a hipótese de que, ao revisar um passado recente, filhos e filhas de militantes que lutaram contra a ditadura brasileira fazem uma elaboração que expõe as tensões e os paradoxos de um trabalho de memória coletivo, politizando o mundo dos afetos enquanto expõe suas lembranças pessoais na cena política. A metodologia adotada priorizou o exame dos materiais visuais e sonoros do curta, aproximando as escolhas estéticas a questões éticas e políticas. Ao concluir, aponto que o documentário oferece caminhos para refletir tanto sobre os processos de construção subjetiva a partir do material artístico, como sobre as lutas e disputas atuais em torno do passado.
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