Escravidão “um grande mal”:

A tese de Maria Firmina dos Reis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X69006

Palavras-chave:

Tradição, Romantismo, Narrativa brasileira, Negro, Maria Firmina dos Reis

Resumo

O presente estudo discorre sobre a importância dos processos narrativos na representação do negro e da escravidão na obra da maranhense Maria Firmina dos Reis (1822-1917). Para tanto, tomamos como corpus específico o conto “A escrava”, publicado em 1887. Buscaremos evidenciar ainda a presença da ironia romântica como um aspecto que ocupa lugar de destaque nos procedimentos estilísticos na obra completa de Maria Firmina dos Reis (2018). Utilizamos como principal recurso teórico não apenas o conceito de ironia romântica, conforme Kierkegaard (1991), e, o de chiste, segundo Suzuki (1998), entre outros, como também procedimentos de representação literária relacionados à figura do negro escravizado na narrativa da autora em questão. É premissa deste estudo então demonstrar os aspectos estéticos da narrativa de Maria Firmina dos Reis que, entendemos, revelam as especificidades de sua obra no contexto da historiografia literária brasileira. Um desdobramento desta análise é a ampliação dos limites fixos do cânone literário brasileiro, aspecto teórico que valoriza a percepção da heterogeneidade do romantismo brasileiro e, na medida do possível, promove a contínua revisão e ampliação do cânone literário no Brasil.

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Referências

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Publicado

2023-04-01

Como Citar

Castro Pereira, D. (2023). Escravidão “um grande mal”:: A tese de Maria Firmina dos Reis. Literatura E Autoritarismo, (40), 67–82. https://doi.org/10.5902/1679849X69006