Próxima parada: Manguetown – fluxos de cultura na cidade e um novo olhar devolvido ao Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X67870

Palavras-chave:

Manguebeat, Manguetown, Cultura, Resistência, Cidade

Resumo

O presente artigo tem como objetivo trazer à tona reflexões sobre a cena do Manguebeat, movimento que irrompe em Recife ao fim dos anos 1980. Nesse panorama, propõe-se uma relação entre a cidade e as produções culturais da banda Chico Science & Nação Zumbi – especificamente nos álbuns Da lama ao caos (1994) e Afrociberdelia (1996) –, projetando um espaço simbólico entendido como Manguetown. Busca-se entender como as canções inscritas na cena repercutem uma outra imagem do Brasil ao Brasil e diversificam um eixo hegemônico de produção e circulação da cultura. Para isso, recuperam-se as contribuições de Lefevbre (2002), Anderson (2008) e Didi-Huberman (2015) para a construção de um aparelho teórico que permita a investigação desse cenário. Esse processo é acompanhado das considerações sobre as dinâmicas entre global e local – pensadas a partir das ideias de Huyssen (2002) na esteira dos Estudos Culturais – configuradas no espaço privilegiado de análise da cidade.

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Biografia do Autor

Felipe Roner Vilanova Novais, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestrando em Estudos Literários pelo programa de Pós-graduação em Estudos Literários da Faculdade de Letras da UFMG, na área de Literaturas Modernas e Contemporâneas.

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Publicado

2021-12-29 — Atualizado em 2022-02-28

Versões

Como Citar

Novais, F. R. V., & Monte Alto, R. (2022). Próxima parada: Manguetown – fluxos de cultura na cidade e um novo olhar devolvido ao Brasil. Literatura E Autoritarismo, (38). https://doi.org/10.5902/1679849X67870 (Original work published 29º de dezembro de 2021)