Nazismo e homossexualidade: o testemunho de um dos esquecidos da história
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X74707Palavras-chave:
Nazismo, Homossexualidade, Silêncio, FrançaResumo
O genocídio nazista foi uma das grandes catástrofes que marcaram o século XX. Entre os grupos perseguidos e assassinados estavam os homossexuais. Após o final da guerra, devido às leis que ainda estavam em vigor contra eles, os que sobreviveram não puderam prestar seu testemunho e contar o que havia passado nesse período. Isso só foi possível décadas depois, quando tais leis deixaram de existir e os homossexuais passaram a ter mais visibilidade, sendo, assim, possível falar. Um importante testemunho desse grupo é a autobiografia de um sobrevivente francês, Moi, Pierre Seel, déporté homosexuel (“Eu, Pierre Seel, deportado homossexual”, sem tradução para o português). Em sua obra, podemos vislumbrar as principais características desse tipo de narrativa testemunhal, como, por exemplo, a questão da denúncia e da violência sofrida. No entanto, sua homossexualidade traz algumas diferenças. Uma delas é a distância temporal entre o evento e a escrita. Passados muitos anos após o fim do regime, sua narrativa não só faz uma denúncia ao sistema nazista, como também ao período pós-guerra. Em seu livro, narra a dificuldade passada pelos homossexuais ao longo dos anos e a dificuldade de reconhecimento desse grupo como vítima do regime de Hitler.
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