Leitura do poema “Janela do caos” como manifestacão escrita da violência
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X74691Palavras-chave:
Violência, Religião, Poesia, Murilo Mendes, GuerraResumo
Propor uma leitura do poema “Janela do caos” partindo de conceitos chaves como a religião, a linguagem, o papel antagônico da poesia em uma época específica, a dissolução do idealismo e o problema de um sujeito em permanente tensão com as categorias opressivas do pensamento hegemônico. O poema “Janela do caos” é considerado pela crítica o mais enigmático e ao mesmo tempo um dos mais fascinantes e representativos da obra de Murilo Mendes. Partindo da observação de que o único meio possível de unificação e organização do poema é a linguagem, pretende-se demonstrar que a visão do caos sintetiza uma perspectiva da realidade assinalada pela violência e pela ausência de ordem, e que tal visão supera o marco da realidade local para atingir um valor de universalidade. O livro Poesia Liberdade permite refletir em torno do ato de poetizar, no sentido de que a voz poética não é a portadora exclusiva da verdade. Essa experiência de deslegitimação se traduz em termos do tipo de enfoque utilizado por Murilo Mendes. Assim, a sua experiência consiste em refletir sobre um mundo imerso no caos, que por sua vez faz parte de um processo mais abrangente mediante que mantém a aspiração à totalidade com o objeto de entender o ato poético como uma reação consciente e inconsciente aos momentos de crise na história, ao indicar a gestação de um processo de transformação dos paradigmas que regem o mundo num momento determinado.
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Referências
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