Escritas da violência no Eu, de Augusto dos Anjos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X74472

Palavras-chave:

Augusto dos Anjos, Rui Barbosa, Revolta da Chibata, Hermes da Fonseca, Violência

Resumo

Este trabalho apresenta a conclusão de uma leitura da camada mais profunda do Eu, de Augusto dos Anjos, e ao mesmo tempo o estudo da relação intertextual entre o discurso dessa obra e a de Rui Barbosa, Ruínas de um Governo, pontuando no que ambas apresentam em comum: a denúncia dos acontecimentos envolvendo a violência das torturas e assassinatos cometidos por representantes do Exército Brasileiro, como repressão infligida aos marujos sublevados e anistiados da Revolta da Chibata, logo após o início do governo de Hermes da Fonseca, em fins de 1910. Devido a um processo de ocultamento e de silenciamento da verdade, Augusto dos Anjos teve sua imagem um tanto distorcida, o que o comprovam alguns biógrafos e amigos do poeta, e ficou relegado a um segundo plano em nossa literatura, embora seja o grande autor da elegia lírico-dramática de nossa civilização.

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Biografia do Autor

Maria Olívia Garcia R. Arruda

Doutorado em Teoria e História Literária na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP

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Publicado

2008-11-16

Como Citar

Arruda, M. O. G. R. (2008). Escritas da violência no Eu, de Augusto dos Anjos. Literatura E Autoritarismo, (1). https://doi.org/10.5902/1679849X74472