Memórias do cárcere: uma possibilidade de releitura da história

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X74040

Palavras-chave:

Memórias do Cárcere, Graciliano Ramos, Releitura

Resumo

A obra Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, publicada em 1953, após a sua morte, retrata o período em que o escritor esteve preso em 1936, vítima da ditadura estado-novista em vias de instauração. As quatro partes que compõem a obra – Viagens, Pavilhão dos primários, Colônia correcional e Casa de correção – dão uma visão aprofundada da realidade do país e da situação do preso na década de 30. O cárcere, na obra, desnuda-se, sendo sinônimo de desumanização e desrespeito à vida humana. O ser humano, nesse ambiente, é despersonalizado, degradado e coibido dos seus direitos. Daí se depreende o viés de denúncia e de crítica social presente na obra, à medida que faz referência direta à opressão política, e o cunho testemunhal, abrindo um espaço para os silenciados e mostrando uma outra versão da História.

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Biografia do Autor

Joselaine Brondani Medeiros, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Mestre em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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Publicado

2005-01-01

Como Citar

Medeiros, J. B. (2005). Memórias do cárcere: uma possibilidade de releitura da história. Literatura E Autoritarismo, (5). https://doi.org/10.5902/1679849X74040