A presença animal em "Surdos e cegos" e "Açougue", de Astrid Cabral
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X35442Palavras-chave:
Razão, Pathos, Poesia, Animalidade, MatadourosResumo
Este estudo visa discutir dois poemas de Astrid Cabral, “Surdos e cegos” e “Açougue”, pertencentes ao livro Jaula (2006), a partir da forma como os eu-líricos se posicionam em relação ao abate e à comercialização de bovinos destinados à alimentação humana. Para tal, ele encontra-se dividido em duas partes. A primeira aborda o distanciamento adotado pelos homens frente aos demais animais sob um viés histórico-sociológico, empregando como fundamentação teórica obras de Montaigne (2006) e de Nietzsche (1998, 2007). A segunda propõe uma relação entre as discussões estabelecidas na primeira parte e o conteúdo dos poemas selecionados alicerçada em dois pontos: a existência de matadouros em nossa sociedade e a oposição razão X pathos. Para o desenvolvimento dessa parte, foram utilizados textos de Derrida (2002, 2003), Maciel (2016), Nunes (2011) e Giorgi (2011).
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