“A casa de vidro”: o impulso distópico nas linhas duras de Ivan Ângelo

Autores

  • Thaíse Gomes Lira Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB
  • Luciane Alves Santos Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X34167

Palavras-chave:

A casa de vidro, Ivan Ângelo, Autoritarismo, Distopia

Resumo

O pensamento utópico não surgiu com Utopia (1516), de Morus, mas a ficção ainda sente a sua influência: o pensamento utopista e a especulação sobre um mundo melhor estimularam a criação de obras que focam a desordem e desarmonia. Na ficção utópica surgem as condições para a Distopia, e aqui analisamos “A casa de vidro” (Ivan Ângelo), um dos textos distópicos originalmente escritos em português. Distopias proporcionam análises social e política, têm aspectos peculiares, surgiram no século XIX e se firmaram no século XX. São marcadas pelo totalitarismo, centralização de poder, plano u/distópico, repressão do indivíduo, controle pela violência, questionamento do status quo, alienação popular; alta tecnologia, liberdade vigiada, (não) heróis banidos. Este fundamenta-se em Arendt (1979), Figueiredo (2009), Foucault (1987), Kothe (1985), Todorov (2013) e Tomachevski (2013). Esperamos que esta pesquisa contribua para novos estudos sobre as Distopias brasileiras e seu poder de análise da sociedade.

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Biografia do Autor

Thaíse Gomes Lira, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB

Formada em Letras, com Licenciatura em Língua Portuguesa, atualmente membro do Programa de Pós-Graduação em Letras, da UFPB, na área Literatura, Cultura e Tradução, e na linha de pesquisa Estudos Literários da Idade Média ao Século XIX, com foco nos estudos sobre a Ficção Distópica e o Insólito na obra de H. G. Wells, e do potencial da Distopia como gênero literário.

Luciane Alves Santos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB

Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo, com estágio na Université Paris IV- Sorbonne. Mestre em Estudos Literários pela - Unesp - FCL/Araraquara. Graduação em Letras, Português/Francês pela Unesp - FCL/Araraq. Experiência no magistério superior, na área de Letras, com ênfase em Literaturas de Língua Portuguesa e Teoria da Literatura. Coordenadora do curso de Letras - Português (UFPB - litoral norte) e vice coordenadora do curso de Letras/ Espanhol, da Universidade Aberta do Brasil /UFPB. Líder do grupo de pesquisas "Variações do insólito: do mito clássico à modernidade". Professora efetiva na Universidade Federal da Paraíba, Campus IV, vinculada ao programa de Mestrado Profissional em Letras/ CAPES e ao Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL)

Referências

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Publicado

2019-01-31

Como Citar

Lira, T. G., & Santos, L. A. (2019). “A casa de vidro”: o impulso distópico nas linhas duras de Ivan Ângelo. Literatura E Autoritarismo, (32). https://doi.org/10.5902/1679849X34167