Resistência e representações da prostituição na obra de Plínio Marcos

Autores

  • Gabriel Silveira Martins Graduando em Letras na FURG
  • Luciana Paiva Coronel Fundação Universidade de Rio Grande

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X27943

Resumo

A produção literária de Plínio Marcos foi marcada por forte cunho social. Em suas peças, contos e crônicas, o autor representou cenários e personagens socialmente marginalizados, tais como prostitutas, homossexuais e criminosos. Frequentemente, apontou a condição degradante e violenta da vida desses sujeitos e denunciou a negligência do Estado opressor para com essa parcela da população – o que garantiu ao autor severa perseguição pela censura no período da ditadura militar. Neste trabalho, pretendemos apresentar a obra de Plínio Marcos como um ato de resistência, através da análise da peça O abajur lilás (1969). Nosso objetivo é identificar quais representações do tema prostituição estão presentes no texto, com especial enfoque às personagens femininas, tentando perceber se tais personagens encaixam-se no binarismo “sagrada x profana” discutido por Moreira (2007) e nos conceitos discutidos por Alves (2002) e Eble (2011). A partir das falas das personagens e das relações que elas estabelecem, observaremos que essas representações, na peça aqui analisada, não são construídas através de estereótipos e de exotismo, limites da representação propostos por Gonzaga (1981) que poderiam questionar o caráter de contestação de uma obra dita “marginal”.

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Biografia do Autor

Gabriel Silveira Martins, Graduando em Letras na FURG

Graduando em Letras na FURG

Luciana Paiva Coronel, Fundação Universidade de Rio Grande

Doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo – USP

Referências

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Publicado

2017-07-13

Como Citar

Martins, G. S., & Coronel, L. P. (2017). Resistência e representações da prostituição na obra de Plínio Marcos. Literatura E Autoritarismo, (20). https://doi.org/10.5902/1679849X27943