Perfil e trajetória acadêmica de estudantes indígenas da Universidade de Brasilia
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644467784Palavras-chave:
educação superior, estudantes indígenas, trajetória acadêmicaResumo
A Universidade de Brasília (UnB) foi pioneira na oferta de vagas específicas aos indígenas, tendo firmado, em 2004, Convênio de Cooperação com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Tal convênio instituiu a criação de vagas suplementares e vestibular específico para estudantes indígenas. Em 2012, com a promulgação da “lei de cotas” (Lei 12.711) tornou-se obrigatória a reserva de vagas nas universidades federais para pretos, pardos e indígenas. Transcorridos 17 anos do Convênio de Cooperação e seis da lei de cotas, informações relativas ao perfil da população de estudantes indígenas da UnB, bem como à sua trajetória acadêmica, não foram publicadas, sendo este o objetivo do presente estudo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa documental no Sistema de Graduação (SIGRA) da Universidade, a partir da qual foram levantadas informações relativas às seguintes variáveis: idade, sexo, etnia, curso, data de ingresso e situação acadêmica (ativo, trancado, desistente, graduado). Foi identificado o total de 108 estudantes indígenas, com idade média de 24,39 anos, provenientes de todas as regiões do país e pertencentes a 35 diferentes etnias. Do total de estudantes, 26,9% concluíram o curso até o momento e 43,5% foram desligados. Estes dados evidenciam a diversidade cultural do grupo de estudantes indígenas e apontam índices de evasão superiores aos do ensino superior de um modo geral. Acredita-se que a inexistência de mecanismos e espaços específicos de acolhimento e acompanhamento destes estudantes na fase inicial de implementação desta política tenham influenciado a permanência dos mesmos na Universidade.
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