Memórias e resistência na poética das escolas de samba
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X63296Palavras-chave:
Samba-enredo, Carnaval Brasileiro, Escolas de samba, Canção popular, MemóriaResumo
Gênero artístico criado na periferia urbana, o desfile de escolas de samba deu origem a um novo gênero cancional, o samba-enredo, que tem na sua poética a forte presença da História. Reproduzindo as tensões da realidade brasileira, os discursos hegemônicos e contra-hegemônicos, as escolas de samba veem nos períodos de “gritos de contraviolência“ (POLLAK, 1989) extravasar ciclos de crítica política e social na estética de seus desfiles e na poética de sua canção. Neste artigo, após contextualizar a relação entre memória e carnaval, se fará um Estudo de Caso de dois desfiles de 2020, compreendendo-os sob os Estudos Interartes (CLÜVER, 2006): o da Grande Rio, Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias, e o da Mangueira, A verdade vos fará livre. Em comum, o fato de evocarem discursos de resistência e fazerem emergir memórias que estavam submersas, silenciadas (POLLAK, 1989), tecendo outras narrativas acerca do imaginário nacional.
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