Nos moinhos do cárcere: Dalcídio Jurandir, leitor de Dom Quixote de la Mancha
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X34991Palavras-chave:
Cárcere, Leitor, Dalcídio, Quixote, ExceçãoResumo
A relação entre a experiência do confinamento e literatura é normalmente vinculada ao aspecto da criação de obras que narram tal acontecimento, como o consagrado romance Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. No entanto, a proposta desse trabalho aborda uma reflexão sobre os papéis exercidos pelos autores em uma situação de exceção, a partir da ótica do escritor na sua experiência enquanto um leitor no cárcere. Um dos objetivos é investigar, em que medida, o contato com obras literárias em um contexto de opressão pode ter impulsionado os projetos estéticos e éticos do escritor-leitor. Trata-se, portanto, da experiência de prisão vivida por Dalcídio Jurandir, durante o Estado Novo, no Pará, na década de 1930. O escritor foi militante do Partido Comunista e esteve, por duas vezes, preso e incomunicável, no presídio São José, em Belém. Durante a prisão, Dalcídio Jurandir lê o romance Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes.
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