Nos moinhos do cárcere: Dalcídio Jurandir, leitor de Dom Quixote de la Mancha

Autores

  • Viviane Dantas Moraes Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X34991

Palavras-chave:

Cárcere, Leitor, Dalcídio, Quixote, Exceção

Resumo

A relação entre a experiência do confinamento e literatura é normalmente vinculada ao aspecto da criação de obras que narram tal acontecimento, como o consagrado romance Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. No entanto, a proposta desse trabalho aborda uma reflexão sobre os papéis exercidos pelos autores em uma situação de exceção, a partir da ótica do escritor na sua experiência enquanto um leitor no cárcere. Um dos objetivos é investigar, em que medida, o contato com obras literárias em um contexto de opressão pode ter impulsionado os projetos estéticos e éticos do escritor-leitor. Trata-se, portanto, da experiência de prisão vivida por Dalcídio Jurandir, durante o Estado Novo, no Pará, na década de 1930. O escritor foi militante do Partido Comunista e esteve, por duas vezes, preso e incomunicável, no presídio São José, em Belém. Durante a prisão, Dalcídio Jurandir lê o romance Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes.

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Biografia do Autor

Viviane Dantas Moraes, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA

Professora adjunta de Língua e Literatura francesa do departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão

Referências

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Publicado

2019-03-01

Como Citar

Moraes, V. D. (2019). Nos moinhos do cárcere: Dalcídio Jurandir, leitor de Dom Quixote de la Mancha. Literatura E Autoritarismo, (33). https://doi.org/10.5902/1679849X34991