O antinatalismo benatariano e o pessimismo metafísico de Schopenhauer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378688376

Palavras-chave:

Antinatalismo, Benatar, Metafísica, Schopenhauer

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar como o conceito de antinatalismo – isto é, uma visão filosófica que defende a ideia de que é melhor que os humanos parem de trazer novas vidas ao mundo, ou que teria sido melhor não termos sido trazidos à existência – e, mais especificamente, o antinatalismo de David Benatar, se alinham à vertente metafísica do pessimismo schopenhaueriano, presente no Tomo I de O Mundo como Vontade e Representação e também nos Suplementos. Ao fazer isto, não será intenção deste trabalho a pressuposição de que as vertentes do pessimismo de Schopenhauer sejam, necessariamente, antinatalistas. Antes, tem-se como motivação demonstrar o que há do pessimismo metafísico schopenhaueriano no antinatalismo de Benatar que, por ser diferente de outras visões antinatalistas, é aqui adjetivado como “benatariano”, e, por conseguinte, o que há na posição do filósofo sul-africano que pode ser justificado pela metafísica de Schopenhauer.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Mário Gonçalves Oliveira, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (2018) e Mestrado em Educação (Filosofia da Educação) pela Universidade de São Paulo (2023). Atualmente, encontra-se matriculado no programa de doutorado em Filosofia, também na Universidade de São Paulo. Exerceu a função de professor de línguas estrangeiras para brasileiros e de língua portuguesa para estrangeiros por muitos anos. Residiu na Europa durante três anos, aprimorando suas habilidades linguísticas e adquirindo competências significativas para o trabalho em grupo e liderança. Atualmente, é membro do grupo de estudos em Filosofia, Educação, Linguagem e Pragmática da Faculdade de Educação da USP, e também é filiado à Sociedade Brasileira de Filosofia da Educação (SOFIE). Suas áreas de interesse incluem pessimismo, filosofia da educação, educação e ética, ensino de língua estrangeira, ética e metafísica.

Referências

BEISER, F. C. Weltschmerz: Pessimism in German Philosophy, 1860-1900. New York: Oxford University Press, 2016.

BENATAR, D. Better never to have been: the harm of coming to existence. New York: Oxford University Press, 2006.

BENATAR, D. The human predicament: a candid guide to life’s biggest questions. New York: Oxford University Press, 2017.

CACCIOLA, M. L. M. O. A questão do finalismo da filosofia de Schopenhauer. Discurso, São Paulo, v. 20, p. 77-98, 1993. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.1993.37957. Acesso em 2 jan. 2023.

CACCIOLA, M. L. M. O. Schopenhauer e a questão do dogmatismo. São Paulo: Edusp, 1994.

CACCIOLA, M. L. M. O. Schopenhauer é um verdadeiro discípulo de Kant? Revista de Filosofia Aurora. Curitiba, v. 30, n. 49, p. 8-17, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.7213/1980-5934.30.049.PR01. Acesso em 15 abr. 2023.

FERREIRA, T.; DEBONA, V. Schopenhauer e a fome. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, v. 14, n. 1, e86368, p. 1-24, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378686368. Acesso em: 2 abr. 2024.

DEBONA, V. A grande e a pequena ética de Schopenhauer. ethic@, Florianópolis, vol. 14, n. 1, pp. 36-56, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1677-2954.2015v14n1p36. Acesso em 25 fev. 2024.

DOSSENA, F. O mal da morte no pessimismo: considerações a partir de Arthur Schopenhauer e David Benatar. Kínesis: Revista de Estudos dos Pós-graduandos em Filosofia, Marília, v. 15, n. 39, p. 152-166, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2023.v15n39.p152-166. Acesso em 2 fev. 2023.

FREITAS, M. S. O pessimismo e suas razões: Schopenhauer como estudo de caso e direcionamentos metodológicos. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, v. 12, Ed. Especial: Schopenhauer e o pensamento universal, e05, p. 1-15, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378666000. Acesso em 1 abr. 2024.

LOPES, M. V. Pessimismo como postura: o elemento afetivo da tese do pior dos mundos possíveis. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, v. 10, n. 2, p. 82-95, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378638203. Acesso em 6 fev. 2024.

OLIVEIRA, A. M. G. Implicações da filosofia de Schopenhauer na educação: um diálogo crítico com a Escola Nova à luz da pedagogia de Snyders. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2023.

PAULA, W. A. de. O “sentido da vida” em Schopenhauer e Nietzsche. Cadernos de Filosofia Alemã, v. 29, n. 1, p. 47-64, 2024. Disponível em https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v29i1p47-64. Acesso em 22 jun. 2024.

POLIANISMO. In: DICIONÁRIO INFORMAL. Disponível em: https://acesse.dev/yNlmA. Acesso em 25 jun. 2024.

POLLYANNAISM. In: MERRIAM-WEBSTER Dictionary. Disponível em: https://encr.pw/Q5PQO. Acesso em 29 abr. 2024.

SALVIANO, J. Schopenhauer, os afetos e o pior dos mundos possíveis. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, v.12, e03, p. 01-14, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378665897. Acesso em: 9 nov. 2022.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. Tradução de Jair Barboza. São Paulo: Editora da Unesp, 2005.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação – Tomo 2 (Suplementos). Tradução de Jair Barboza. São Paulo: Editora da Unesp, 2015.

SCHOPENHAUER, A. Parerga und Paralipomena – Band II. In: Schopenhauer, A. Sämtliche Werke – Band V. Org.: W. F. von Löhneysen. Stuttgart/Frankfurt am Mein: Suhrkamp, 1986.

Downloads

Publicado

2024-09-18

Como Citar

Oliveira, A. M. G. (2024). O antinatalismo benatariano e o pessimismo metafísico de Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 15(1), e88376. https://doi.org/10.5902/2179378688376