Sobre a lógica do pessimismo schopenhaueriano: um layout de seu plano argumentativo e encaminhamentos para uma análise crítica
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378688194Palavras-chave:
Schopenhauer, Pessimismo, Análise argumentativaResumo
Arthur Schopenhauer é considerado uma espécie de arquipessimista e fundador do movimento classificado como “pessimismo filosófico moderno,” por sua pretensão inovadora de sustentar, de maneira sistemática e em “razões objetivas,” que o não ser é melhor do que o ser. Entretanto, dois outros grupos de estudiosos seguem direções diferentes desta. Um deles não nega o pessimismo de Schopenhauer, mas o atribui predominantemente a razões subjetivas, como o seu comportamento melancólico desencadeado sobretudo pela relação conflituosa com a sua mãe. O outro grupo sequer toma Schopenhauer como um pessimista, e sim, ao contrário, como um otimista, numa indicação de que nos faltam critérios claros e explícitos para compreender o que seria o pessimismo desse autor. Este trabalho defende que há, sim, uma “lógica” pessimista objetivamente articulada no interior da filosofia de Schopenhauer, e que por isso o pessimismo schopenhaueriano deve ser analisado de acordo com as razões filosóficas que compõem o seu plano argumentativo. A fim de sustentar essa hipótese, o primeiro objetivo é evidenciar tal plano, seguindo um modelo informal de análise argumentativa. Essa abordagem também orienta uma apreciação crítica maisrefletida da sua “lógica” pessimista. Assim, o segundo objetivo é introduzir alguns parâmetros para ulterior avaliação do alcance argumentativo do pessimismo schopenhaueriano.
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