O antropoceno e a contribuição da eudemonologia schopenhaueriana para pensar a crise ambiental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378685340

Palavras-chave:

Antropoceno, Eudemonologia, Schopenhauer

Resumo

A ideia de um novo período geológico expressa pelo conceito de Antropoceno nos dá a dimensão do impacto humano sobre a Terra. Nós, os humanos contemporâneos, somos uma força geológica, ou melhor, o nosso modo de existência se tornou essa força. Relatórios do Painel do Clima da ONU, dados climatológicos, projeções, entre outras fontes científicas, tornaram-se objetos de interesse da reflexão filosófica sobre o futuro em um planeta fortemente impactado pelos excessos da civilização tecnológica. Tal situação impõe à filosofia contemporânea o desafio não apenas de encarar o problema, mas também de pensar em outras possibilidades de existência que fortaleçam o vínculo com a Terra. Neste sentido, o presente artigo tem o intuito de apresentar em linhas gerais a discussão sobre a ideia de Antropoceno e a proposta eudemonológica schopenhaueriana a partir da atualização do pensamento de Schopenhauer, para pensarmos o cenário catastrófico que está se configurando com a constatação da gravidade de nosso tempo.

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Biografia do Autor

Iasmim Martins Souto, PUC/RJ

Doutoranda em Filosofia pela PUC RJ. Membro do GT Schopenhauer na Anpof. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro com bolsa financiada pela CAPES. Possui graduação em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2013). Durante a graduação foi bolsista de Iniciação Científica com bolsa financiada pela da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ. Foi também bolsista de Iniciação à Docência com bolsa financiada pelo PIBID, tendo realizado atividades de Filosofia em escolas públicas. Cursa formação em Psicanálise (Formação Freudiana/RJ), estando inserida na clínica psicanalítica. Professora convidada da Especialização em Filosofia Contemporânea PUC/RJ das disciplinas de Ética e Teoria Crítica e professora da SEEDUC/RJ.

Michelle Bobsin, UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Graduada em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis (2008), Mestra em Filosofia pela PUC Rio (2015), Doutora em Filosofia pela PUC Rio (2019), na linha de pesquisa em Filosofia e a Questão Ambiental. É professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRRJ. Atua na pesquisa sobre o pensamento de Hans Jonas, principalmente, nos temas da Ontologia da Vida e das relações entre imagens, afetos e ações na proposta ética do filósofo. Também pesquisa os diagnósticos e as soluções que as teorias ecofeministas apresentam frente ao problema ambiental. Tem interesse na pesquisa de temas do pensamento decolonial (Grupo Modernidade/Colonialidade), do pensamento ameríndio e do pensamento africano. Integra o grupo de trabalho Hans Jonas da ANPOF e o grupo de pesquisa Hans Jonas do CNPq.

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Publicado

2024-04-05

Como Citar

Souto, I. M., & Bobsin, M. (2024). O antropoceno e a contribuição da eudemonologia schopenhaueriana para pensar a crise ambiental. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 14(2), e85340. https://doi.org/10.5902/2179378685340

Edição

Seção

Dossiê Catástrofe