O Transcorrer do Tempo em Schopenhauer: Recorrência, Lembrança, Memória e História

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378667567

Palavras-chave:

Transitoriedade, Recorrência, Variação.

Resumo

Este artigo é uma reflexão acerca dos sentidos da transitoriedade em Schopenhauer, na medida em que conhecemos as conclusões da metafísica imanente sobre o Nunc Stans ao fundo do transcorrer do tempo, a roda da Vontade Cósmica girando fora do tempo, do espaço e da causalidade. O diálogo que aparece ao fundo do texto será estabelecido a partir do contraste das concepções de eterno retorno em Schopenhauer e Nietzsche, mas abrange noções da Psicanálise de Freud e os comentários literários de Jorge Luiz Borges.  Em sentido específico, o eterno retorno em Schopenhauer se caracteriza pela recorrência do sofrimento e das formas efetivas, consideradas por Schopenhauer a partir do dogma de Plotino, o das ideias platônicas. Tais ideias, como atos originários da vontade, continuamente reinstauram o mundo, ainda que as formas específicas expressem as ideias já no âmbito da representação submetida ao princípio de razão, ou, em outras palavras, no âmbito da causalidade. A pergunta sobre os lugares correspondentes à lembrança, à memória e à História nos instiga justamente pelo caráter imanente da filosofia de Schopenhauer, para quem a pergunta sobre o mundo deveria ser respondida a partir do próprio mundo.

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Biografia do Autor

Eduardo Ribeiro da Fonseca, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR

Psicanalista, Professor e Pesquisador em Filosofia, membro e professor do PPGF (Linhas de Pesquisa Filosofia da Psicanálise e Ontologia) e do Curso de Licenciatura/ bacharelado em Filosofia da PUCPR. Professor visitante da Universidade Católica de Moçambique. Psicólogo, CRP 08/08064-2. Graduado em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná (1994), mestre em filosofia moderna e contemporânea pela UFPR (2003) e doutor em filosofia moderna e contemporânea pela USP (2010). Prêmio Jabuti em 2013 com o livro Psiquismo e vida: O conceito de impulso nas obras de Freud, Schopenhauer e Nietzsche (2012). Tradutor dos Complementos ao livro O Mundo como Vontade e Representação, de Arthur Schopenhauer (2014), em dois volumes, Prêmio Jabuti em 2015 na categoria Tradução. Avaliador Ad Hoc de livros CAPES (2016-17). Membro da linha de pesquisa Filosofias da Existência do grupo de pesquisa Metafísica Contemporânea (UFRN/CNPq) e Moralidade, Literatura e Sociedade (UFSM/ CNPQ). Participa do conselho editorial das revistas Voluntas - Estudos sobre Schopenhauer e Natureza Humana - Revista Internacional de Filosofia e Psicanálise. Coordenador do GT de Filosofia e Psicanálise e membro do GT Schopenhauer da ANPOF, e da seção brasileira da Schopenhauer-Gesellschaft.

Referências

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Publicado

2021-12-28 — Atualizado em 2022-03-23

Versões

Como Citar

Ribeiro da Fonseca, E. (2022). O Transcorrer do Tempo em Schopenhauer: Recorrência, Lembrança, Memória e História. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 12, e24. https://doi.org/10.5902/2179378667567 (Original work published 28º de dezembro de 2021)

Edição

Seção

Schopenhauer e o pensamento universal