A profundidade abissal: Nietzsche, Cézanne, Merleau-Ponty e o enigma do mundo
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378664659Palavras-chave:
Nietzsche, Merleau-Ponty, Cézanne, Profundidade, Mundo, Mistério.Resumo
O texto visa, contextualmente, situar Nietzsche como um precursor da fenomenologia compreendida por Merleau-Ponty menos a título de uma “doutrina” e mais como um “movimento” incoativo e inacabado. É sob esse prisma que a obra nietzschiana projeta viva audiência a alguns temas caros àquele movimento, entre eles, a interrogação acerca do mundo como mistério. Esse agenciamento encontra na ideia de profundidade um fio condutor decisivo a fim de ressignificar, em termos husserlianos, uma arqueologia da Lebenswelt enquanto regresso a uma Terra originária, algo que, ao que tudo indica, possui importantes ressonâncias não só de matrizes nietzschianas, mas cezannianas. Trata-se, enfim, de examinar em que medida a filosofia de Nietzsche e a pintura de Cézanne perfazem um rico experimento capaz de fulgurar um sentido arquétipo da natureza como abismo ou, no dizer de Merleau-Ponty, o mundo como enigma primordial ou deflagração de um Ser das profundidades.Downloads
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