Ficção em Tempos de Pandemia: uma análise de "Um Diário do Ano da Peste" de Daniel Defoe
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378643927Palavras-chave:
Ficção, Pandemia, Cognitivismo crítico, Entendimento, Empatia, Isolamento SocialResumo
Analisarei o romance Um Diário do Ano da Peste de Daniel Defoe como sendo um experimento mental que nos fornece prescrições consistentes sobre como agir em tempos de pandemia. Para mostrar que obras de ficção não possuem apenas valor estético, mas também um caráter cognitivo, defenderei o cognitivismo crítico e sustentarei desse modo que os ganhos cognitivos que temos a partir de uma obra de ficção acontecem em uma reflexão posterior à experiência imediata com a obra. Em seguida, argumentarei que a ficção possui uma vantagem heurística frente à filosofia e às ciências, pois uma narrativa ficcional fornece ao espectador uma perspectiva privilegiada dos fatos ou dos pensamentos de uma personagem. Essa perspectiva pode sensibilizar o espectador e fazê-lo ter empatia pela personagem que sofre; e isso pode funcionar, em tempos de pandemia, como uma defesa das medidas de prevenção, a exemplo do isolamento social.
Downloads
Referências
BBC. Voices of the Powerless: Boils and Buboes. Londres, 2002. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/radio4/history/voices/voices_salisbury.shtml>. Acesso em: 15de abril de 2020.
CARROLL, N. The Wheel of Virtue: Art, Literature, and Moral Knowledge. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 60, n. 1, p. 3-26, 2002.
COLLUCCI, C. Hospitais usam tablets e robôs para aproximar pacientes com coronavírus de famílias. São Paulo: Folha de São Paulo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/04/hospitais-usam-tablets-e-robos-p ara-aproximar-pacientes-com-coronavirus-de-familias.shtml>. Acesso em 28 de abril de 2020.
DEFOE, D. A Journal of the Plague Year. Nova Iorque: Longmans, Green, and Co., 1722/1896.
ELLIS, F. A Journal of the Plague Year by Daniel Defoe. The Review of English Studies, v. 45, n. 177, p. 67-82, 1994.
GIBSON, J. Empathy. In: Carrol, N & Gibson, J. The Routledge Companion to Philosophy of Literature, p. 234-246, 2016.
GIBSON, J. Cognitivism and the Art. Philosophical Compass, v. 3, n. 4, p. 573-589, 2008.
GIBSON, J. Interpreting Words, Interpreting Worlds. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 64, n. 4, p. 439-450, 2006.
KIVY, P. Philosophies of Arts: An Essay in Differences. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
LAMARQUE, P & OLSON, H. Truth, Fiction, and Literature: A Philosophical Perspective. Oxford: Oxford University Press, 1994.
LEMOS, I. A Metafísica e a Semântica da Ficção: Uma Abordagem Artefactual. Tese (Doutorado) — Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2020.
MAYER, R. The Reception of a Journal of the Plague Year and the Nexus of Fiction and History in the Novel. E LH, v. 57, n. 3, p. 529-555, 1990.
ONGARATTO, S. Coronavírus: “As pessoas chegam feito peixe fora do aquário, morrendo sem ar. Pedi afastamento”. Rio de Janeiro: Globo, 2020. Disponível em: <https://revistacrescer.globo.com/Familia/Saude-e-Beleza-dos-pais/noticia/2020/03/estou-co m-medo-desculpa-nao-posso-seguir-em-frente-desabafa-profissional-da-saude-de-sp-sobr e-coronavirus.html>. Acesso em: 20 de abril de 2020.
PEPINSTER, C. Daniel Defoe’s Journal of the Plague Year being reprinted after selling out. Londres: The Telegraph, 2020. Disponível em: <https://www.telegraph.co.uk/news/2020/03/21/daniel-defoes-journal-plague-year-reprinted -selling/> . Acesso em: 10 de abril de 2020.
VERITY, R; OKELL, L; DORIGATTI, I; et al. Estimates of the Severity of Coronavirus Disease 2019: A Model-based Analysis. Londres: Lancet Infectious Diseases. Disponível em: . Acesso em: 20 de abril de 2020.
WIGHTON, K. Individual response to COVID-19 ‘as important’ as government action. Londres: Imperial College. Disponível em: . Acesso em: 20 de abril de 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original.
A Voluntas é um periódico de acesso aberto sob a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA 4.0).