No meio da ontologia havia um vírus: notas acerca de uma abertura cosmopolítica em tempos de pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378643631

Palavras-chave:

Pandemia, Vírus, Cosmopolítica, Geontologia

Resumo

O texto desdobra algumas notas críticas em torno de um experimento ensaístico inspirado na recepção polêmica do posicionamento de vários filósofos acerca da atual situação de pandemia, entrelaçando os temas da geontologia e da virada ontológica. Admite-se, nesse sentido, que a filosofia, ela mesma, tornou-se viral, o que, dentre outras consequências, produz uma abertura cosmopolítica que convoca a filosofia a experimentar uma espécie de mutação de perspectiva, alterando seus modos habituais de lidar com os problemas ontológicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre Simão de Freitas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Professor do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Referências

AGAMBEN, G. et al. Sopa de Wuhan. Editorial ASPO: Barcelona, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3auNBgG.

AUGUSTO, A. Guerra e pandemia: produção de um inimigo invisível contra a vida livre. Disponível em: https://n-1edicoes.org/018 Acesso em: 18/04/2020.

BARZAGUI, O inimigo não é o vírus. Disponível em: https://n-1edicoes.org/023 Acesso em 18/04/2020.

CADENA, M. Indigenous Cosmopolitics in the Andes: Conceptual Reflections beyond ‘Politics’. In: Cultural Anthropology, vol. 25, no. 2, p. 334-370, 2010.

CASTRO, A. Cosmopolíticas da Terra: Modos de existência e resistência no Antropoceno. 2019. 303f. Tese (Doutorado em Filosofia). PUC-SP.

CASTRO, A. Guerra e paz no Antropoceno: uma análise da crise ecológica segundo a obra de Bruno Latour. Rio de Janeiro: Editora Autografia, 2017.

CHAKRABARTY, D. O clima da história: quatro teses. Sopro, v. 91. 2013.

COCCIA, O vírus é uma força anárquica de metamorfose. Disponível em: https://n-1edicoes.org/021 Acesso em: 18/04/2020.

DANOWSKI, D.; VIVEIROS DE CASTRO, E. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2014.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs. Capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. São Paulo: Editora 34, 1995.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs. Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 4. São Paulo: Editora 34, 2012.

DWIVEDI, D.; MOHAN, S. La comunità degli abbandonati. Disponível em: https://antinomie.it/index.php/2020/03/12/la-comunita-degli-abbandonati/ Acesso em: 12 de março de 2020.

HARAWAY, D. The Biopolitics of Postmodern Bodies: Determinations of Self inImmune System. Discourse. v. 1, n. 1, p. 3-43, 1989.

HARAWAY, D. A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century. In: Simians, Cyborgs and Women: The Reinvention of Nature. New York; Routledge. p.149-181, 1991.

KRENAK, A. O modo de funcionamento da humanidade entrou em crise. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/pensar/2020/04/03/interna_pensar,1135082/funcionamento-da-humanidade-entrou-em-crise-opina-ailton-krenak.shtml Acesso em: 05/04/2020.

LATOUR, B. War and Peace in an Age of Ecological Conflicts. Revue Juridique de l'Environnement, Vol.1, pp. 51-63, 2014.

LATOUR, B. Investigação sobre os modos de existência. Uma antropologia dos modernos. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2019.

LATOUR, B. Face à Gaïa. Huit conférences sur le nouveau régime climatique. Paris: La Découverte - Les Empêcheurs de Penser en Ronde, 2015.

MBEMBE, O direito universal à respiração. Disponível em: https://n-1edicoes.org/020 Acesso em: 18/04/2020.

MBEMBE, A. Necropolítica. São Paulo: n-1 Edições, 2018.

MOHAN, S. Cosa ci porta avanti. Disponível em: https://antinomie.it/index.php/2020/03/30/cosa-ci-porta-avanti/ Acesso em: 30 de março de 2020.

POVINELLI, E. As quatro figuras da “sexualidade” nos colonialismos de povoamento. Cadernos Pagu, (41), p. 11-18, 2013.

POVINELLI, E. Geontologies. A Requiem for Late Liberalism. Durham and London: Duke University Press, 2016.

PRADEU, T.; KOSTTRKA, G.; DUPRÉ, J. Understanding Viruses: Philosophical Investigations. In: Studies in History and Philosophy of Biological and Biomedical Sciences, pp. 1-17, 2016. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1369848616300024. Acesso em 31/03/2020.

PRECIADO, P. Aprendiendo del vírus. Disponível em: https://elpais.com/elpais/2020/03/27/opinion/1585316952_026489.html Acesso em: 28 de março de 2020.

STENGERS, I. Au temps des catastrophes: résister à la barbarie qui vient. Paris: Les Empêcheurs de penser en rond, 2009.

STENGERS, I. Matters of Cosmopolitics: On the Provocations of Gaïa. Entrevista concedida a Heather Davis e Etienne Turpin. In: TURPIN, E. (ed.). Architecture in the Anthropocene: Encounters Among Design, Deep Time, Science and Philosophy. Michigan: Open Humanities Press, 2013.

TSING, A. L. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.

VERMEIRE, S. A viralidade em Saramago e Ionesco. 2014. 327f. Tese (Doutorado em Ciências da Literatura). Universidade do Minho, Portugal.

ZIZEK, S. El coronavírus es un golpe al capitalismo a lo Kill Bill... In: AGAMBEN, Giorgio et al. Sopa de Wuhan. Editorial ASPO: Barcelona, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3auNBgG.

Downloads

Publicado

2020-07-03

Como Citar

Freitas, A. S. de. (2020). No meio da ontologia havia um vírus: notas acerca de uma abertura cosmopolítica em tempos de pandemia. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 11, e6. https://doi.org/10.5902/2179378643631

Edição

Seção

Ed. Especial: Pandemia e Filosofia (Publicação Contínua)