A escrita da história e a ação como “obra aberta” ante as “perspectivas cruzadas”
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378640392Palavras-chave:
Historiografia, Memória, DissensusResumo
O presente artigo discute sobre o caráter aberto que Ricœur, em sua obra A memória, a história, o esquecimento (2001), mantém para a questão da validade da historiografia enquanto saber científico. O fato de Ricoeur não objetivar um consenso que valide a historiografia, no sentido epistemológico, pode desanimar um leitor historiador. No entanto, o dissensus que se reflete na falta de um método paradigmático, de um significado unívoco e de uma categoria fundamental da investigação historiográfica, em Ricoeur, não condena a historiografia à impossibilidade. Ao invés disso, o presente texto tem o objetivo de justificar o caráter “aberto” da historiografía, exposto por Ricoeur na obra aqui citada, apresentando a necessidade das “perspectivas cruzadas” para a relação da historiografia com o debate público. Essa discussão desemboca nas implicações éticas e políticas do discurso historiográfico.
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