A vontade em Schopenhauer e as pulsões na psicanálise: impulsos e ambivalências

Autores

  • Carlos Sapelli Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378633958

Palavras-chave:

Vontade, Pulsões, Ambivalências

Resumo

Na tentativa de estabelecer uma relação entre a filosofia e a psicanálise, mais especificamente entre Schopenhauer e Freud, este trabalho objetiva um diálogo entre a maneira como Schopenhauer concebe a vontade e o modo como Freud considera as pulsões. Lembramos das palavras de Almeida, em Eros e Tânatos: a vida, a morte, o desejo, na passagem em que o filósofo afirma que seria mais exato dizer que a vontade em Schopenhauer, assim como as pulsões em Freud, têm de fato um objeto, entretanto, esse objeto nunca é totalmente colmatado ou dominado, porquanto nenhum deles seria suscetível para mitigar a fome do desejo. Assim, torna-se inescapável o paradoxo que salienta a tensão intrínseca entre o intervalo de tempo em que encontramos uma reconciliação com o ímpeto fundamental. Brevemente o dissipamos, mas o despertar dos anseios marcados pela insaciabilidade do sempre querer mais, mostram a verdadeira acepção do que é o desejo.

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Biografia do Autor

Carlos Sapelli, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR

Mestrando em Filosofia pela PUCPR. Psicólogo com atuação em clínica psicanalítica. Professor da Associação Catarinense de Ensino - Faculdade Guilherme Guimbala.

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Publicado

2013-12-02

Como Citar

Sapelli, C. (2013). A vontade em Schopenhauer e as pulsões na psicanálise: impulsos e ambivalências. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 4(2), 69–91. https://doi.org/10.5902/2179378633958

Edição

Seção

Estudos Schopenhauerianos