"Aforismos para a sabedoria de vida": uma obra de filosofia política?

Autores

  • Gustavo Augusto de S. Ferreira Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378633762

Palavras-chave:

Trabalho, Eudemonologia, Aforismos, Especialistas Brasileiros, Viés político

Resumo

O presente trabalho tem como objeto central a análise do estatuto teórico da obra Aforismos para a sabedoria de vida, que faz parte de um considerável escrito de Schopenhauer, intitulado Parerga e Paralipomena, de 1851. A discussão acerca do estatuto teórico dos Aforismos na o pode, contudo, prescindir da tematização acerca da difícil articulação desta última com a metafísica dos costumes, presente em O mundo como vontade e como representação. Os Aforismos propõem uma eudemonologia, escritos para uma vida feliz ou menos infeliz. A problema tica inerente a questão do presente escrito e a investigação da relação entre esta suposta eudemonologia e toda a metafísica presente em O mundo (principalmente no livro IV) e em alguns outros escritos, ja que, ao que parece, existe um conflito entre tais textos: como pode haver uma eudemonologia em Schopenhauer se a existência é necessariamente sofrimento, segundo o próprio autor? Esta questão remete diretamente a pergunta pelo estatuto teórico destes Aforismos. Exporemos brevemente as principais teses no Brasil sobre o assunto e, logo em seguida, lançaremos nosso breve olhar crítico sobre a questão, a saber, um outro viés político na filosofia de Schopenhauer: os Aforismos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gustavo Augusto de S. Ferreira, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, CE

Professor de Filosofia na Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Editora Martins Fontes, São Paulo. Trad. de Alfredo Bosi, 2007.

BARBERA, Sandro. Une philosophie du conflit, Etudes sur Schopenhauer. Ed. 1ª. Preses Universitaires de France – PUF, Trad. para o Francês de Marie-France Marger, 2004.

BARBOZA, Jair. Um livro que embriaga. Apresentação da obra CHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

BARBOZA, Jair. Em favor de uma boa qualidade de vida. Prefácio à 1ª ed. de Aforismos para a abedoria de vida. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

BARBOZA, Jair. Infinitude subjetiva e estética: natureza e arte em Schelling e Schopenhauer. São Paulo: Unesp, 2003.

BARBOZA, Jair. Schopenhauer: a decifração do enigma do mundo. São Paulo: Editora Moderna, 1997.

BACELAR, Kleverton. Sobre a quarta motivação na psicologia de Schopenhauer. In: Arthur Schopenhauer no Brasil. Em memória dos 150 anos da morte de Schopenhauer. Org. Dayve Redyson. João Pessoa: Editora Ideia, 2010.

BAILLOT, A. Influence de la philosophie de Schopenhauer en France (1860-1900). Etude suivie d`un Essai sur lês sources françaises de Schopenhauer. Paris: Archives Karéline, 1927.

BRUM, José Thomaz. O pessimismo e suas vontades: Schopenhauer e Nietzsche. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

CHEVITARESE, Leandro. A ética em Schopenhauer: que “liberdade nos resta” para a prática de vida? Tese de Doutorado. PUC-Rio. Rio de Janeiro, 2005.

CHEVITARESE, Leandro. A eudemonologia empírica de Schopenhauer: a “liberdade que nos resta” para a prática de vida. In: Arthur Schopenhauer no Brasil. Em memória dos 150 anos da morte de Schopenhauer. Org. Dayve Redyson. João Pessoa: Editora Ideia, 2010.

CHEVITARESE, Leandro. O conceito de vazio na tradição budista. Uma perspectiva ontológica? In: CHEVITARESE, A.; ARGÔLO, P.; RIBEIRO, R. (orgs.). Sociedade e religião na antiguidade oriental. RJ: Fábrica de Livros. UFRJ/ LHIA, 2000.

COSTA, Gustavo B. N. Hipocrisia: arte do engano, arte do ator. Um olhar sobre a criação de si em Nietzsche. Tese de Doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2013.

COSTA, Gustavo B. N. Da Dissimulação à Criação de Si – aspectos da hipocrisia em Nietzsche. Revista Trágica: estudos sobre Nietzsche. Rio de Janeiro – 2º semestre de 2008 – Vol.1 – nº2.

COSTA, Gustavo B. N. Hipocrisia, moralidade, caráter. In: Nietzsche-Schopenhauer: Schopenhauer, Nietzsche e a antiguidade. Organizadores: Ruy Carvalho, Gustavo Costa e Daniel Carvalho. Fortaleza: Editora EDUECE, 2012.

Dicionário brasileiro O Globo. 52ª Ed. São Paulo: Ed. O Globo, 1999.

DEBONA, Vilmar. A outra face do pessimismo: entre radicalidade ascética e sabedoria de vida. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

DEBONA, Vilmar. A noção de caráter adquirido: uma “liberdade” pela sabedoria de vida”. In: Arthur Schopenhauer no Brasil. Em memória dos 150 anos da morte de Schopenhauer. Org. Deyve Redyson. João Pessoa: Editora Ideia, 2010.

DEUSSEN, Paul. Bericht über Hegel um Schopenhauer. Berlin: Reimer, 1980 (Archiv für Geschichte der Philosophie, 3).

DAMASCENO, F. Wilham. Ética e metafísica em Schopenhauer: a coexistência da vontade livre com a necessidade das ações. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.

FERREIRA, A. B. Holanda. Minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1977.

GRACIÁN, Baltazar. A arte da prudência. Obra em formato digital, adquirida via internet.

GRIGENTI, Fabio. Natura e Rapprezentazione. Genesi e struttura della natura in Arthur Schopenhauer. Napoli: La Città del Sole, 2000.

JAPIASSÚ, Hilton. MARCONES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.

LIMA, José Expedido Passos. A estética entre saberes antigos e modernos na Nuova Sienza, de Giambattista Vico. São Paulo: Editora Educ/FAPESP, 2012.

PHILONENKO, Alexis. Schopenhauer, uma filosofía de la tragédia. Trad. Espanhol de Gemma Muñoz-Alonso. Barcelona: Editora Editorial Anthropos, 1989.

RAMOS, Flamarion C. A “miragem” do absoluto: sobre a contraposição de Schopenhauer a Hegel: crítica, especulação e filosofia da religião. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.

ROCHAMONTE, C. Metafísica e moralidade na filosofia de Schopenhauer. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Programa de pós-graduação em filosofia, 2010.

ROCHAMONTE, C. Schopenhauer: uma filosofia do limite. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2011.

RODRIGUES Jr, Ruy de Carvalho; COSTA, Gustavo B. Cai a cortina, misturam-se os papéis: desencontros e reencontros entre Schopenhauer e Nietzsche. In: Nietzshce-Schopenhauer, ecologia cinza, natureza agônica. Organizadores: Ruy Carvalho, Gustavo Costa e Thiago Mota. Fortaleza: Editora EDUECE, 2013.

ROSSET, Clément. Escritos sobre Schopenhauer. Editora Pré-Texto Editorial, Luís Estágel. Trad. para o espanhol de Rafael de Hierro Olíba. Ed. 1ª, 2005.

SALVIANO, Jarlee. Desconfortável consolo: a ética niilista de Arthur Schopenhauer. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007.

SALVIANO, Jarlee. O estoicismo pro tempore de Schoepenhauer. In: Arthur Schopenhauer no Brasil. Em memória dos 150 anos da morte de Schopenhauer. Org. Deyve Redyson. João Pessoa: Editora Ideia, 2010.

SANTOS, Élcio José. Algumas considerações sobre a questão do suicídio na filosofia de Arthur Schopenhauer. Revista Voluntas: estudos sobre Schopenhauer . Rio de Janeiro – 2º semestre 2010 – Vol. 1 – Nº 2.

SCHOPENHAUER, Arthur. Éthique, droit et politique. In: Parerga et paralipomena. Ed. Félix Alcan, Paris; 1909. Traduit en français par Auguste Dietrich, février, 1908.

SCHOPENHAUER, Arthur. Metaphysik der Natur. Philosophische Vorlesungen über die gesammte Philosophie aus dem handschriftlischen Nachlaß, Teil II. München-Zürich, Pipper, 1984. (Edição de Volker Spierling).

SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. Trad. M. F. Sá Correia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001.

SCHOPENHAUER, Arthur. Cartas desde la obstinación. Trad. Eduardo Charpenel Elorduy. México: Los Libros de Homero, 2008.

SCHOPENHAUER, Arthur. Crítica da filosofia kantiana. Trad. Maria Lúcia M. O. Cacciola. São Paulo: Nova Cultura Ltda, 1999.

SCHOPENHAUER, Arthur. Fragmentos para a história da filosofia. Trad. Maria Lucia M. O. Cacciola. São Paulo: Iluminuras, 2003.

SCHOPENHAUER, Arthur. Parerga y paralipomena. Trad. Pilar López de Santa María. Madrid: Editorial Trotta, 2009.

SCHOPENHAUER, Arthur. La quadruple raiz del principio de razon suficiente. Madrid: Librería general de Victoriano Suárez, Trad. espanhol de Eduardo Ovejero y Maury.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre o fundamento da moral. Trad. Maria Lucia Cacciola. Editora Martins Fontes. São Paulo – SP.

SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Tomo I. Trad. Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2005.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a vontade na natureza. Trad. de Gabriel Valadão. Porto Alegre: Editora L e PM Pocket, 2013.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a filosofia e seu método. Trad. Flamarion C. Ramos. São Paulo: Editora Hedra, 2010.

SCHOPENHAUER, Arthur. El mundo como volutad y representación. Tomo II. Traducción Pillar López de Santa María. Madrid: Editorial Trotta, 2005.

SCHOPENHAUER, Arthur. O Livre-arbítrio. Trad. Lohengrin de Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações, 2012.

SCHOPENHAUER, Arthur. Die Welt als Wille und Vorstellung. Ed. 1ª. 1819; Ed. 2ª. 1844. Tomo II.

SCHOPENHAUER, Arthur. Die Welt als Wille und Vorstellung. Ed. 1ª. 1819; Ed. 2ª. 1844. Tomo I.

SCHOPENHAUER, Arthur. Acerca da Ética. In: Parerga e paralipomena. 5ª ed. São Paulo: Editora Nova Cultural,1991.

SCHOPENHAUER, Arthur. Complementos à doutrina do sofrimento mundano. In: Parerga e Paralipomena. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1991.

SCHOPENHAUER, Arthur. Aforismos para a sabedoria de vida. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2002.

SCHOPENHAUER, Arthur. Cartas desde la obstinación. Trad. para o espanhol de Eduardo Charpenel Elorduy. Estado de México: Editora Los Libros de Hoemro, 2008.

WEISMAN, Karl. Vida de Schopenhauer. Belo Horizonte: Itatiana, 1980.

VOLPI, Franco. Presentazione. In: SCHOPENHAUER, Arthur. I manoscritti berlinesi (1818-1830). Vol. III, a cura di Giovanni Gurisatti. Milano: Adelphi, 2004, p. XI.

VOLPI, Franco. Apresentação. In: SCHOPENHAUER, Arthur. A arte de ser feliz. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

Downloads

Publicado

2016-06-01

Como Citar

Ferreira, G. A. de S. (2016). "Aforismos para a sabedoria de vida": uma obra de filosofia política?. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 7(1), 155–185. https://doi.org/10.5902/2179378633762