Democracia e comunicação política em tempos de pós-verdade
DOI:
https://doi.org/10.5902/2317175874584Palavras-chave:
Comunicação política, Democracia, Pós-verdade, Redes sociais digitaisResumo
O acesso cada vez mais frequente às redes sociais digitais vem provocando um novo modus operandi para a prática da comunicação e do conflito político. O objetivo deste artigo é investigar e refletir sobre esse processo de mudança, tão caro para as regras do jogo democrático. O método empregado é comparativo, com análises descritivas e explicativas, e se vale de dados do Consórcio Latinobarómetro e da Pesquisa Mundial de Valores (WVS). A hipótese é que o deslocamento do conflito político para estas novas ferramentas têm contribuído para que as estratégias de comunicação que atuem na relativização dos fatos políticos e na desconstrução de narrativas tradicionais ganhem espaço. As redes sociais digitais alteram gradativamente a lógica da comunicação no conflito político, e respondem por parte do desconforto causado atualmente nas democracias liberais ao promover canais para a evasão de narrativas oriundas do autoritarismo populista.
Downloads
Referências
BAUMAN, Zygmund. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
CARR, Nicholas. Is google making us stuping?: what the internet is doing to our brains. 2008. The Atlantic. Disponível em: https://www.theatlantic.com/magazine/archive/2008/07/is-google-making-us-stupid/306868/. Acesso em: 24/08/2023.
CONTRAFOGOS: táticas para enfrentar a invasão neoliberal. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.
CONVERSE, Philip E. The nature of belief systems in mass public (1964). Critical Review, v. 18, n. 1-3, p. 1-74, 2006.
DAHL, Robert A. A moderna análise política. Rio de Janeiro: Lidador, 1970.
DEIBERT, Ronald J. Reset: reclaiming the internet for civil society. Toronto: House of Anansi Press, 2020.
DEMOCRATIC deficit: critical citizens revisited. Spring: Cambridge University, 2011.
FOA, Roberto Stefan. Why strongman win in weak states. Journal of Democracy, v. 32, n. 1, p. 52 - 65, jan., 2021.
FUKUYAMA, Francis. Make the internet safe for democracy. Journal of Democracy, v. 32, n. 2, p. 37 - 44, apr., 2021.
HARRIS, Tristan. How technology is hijacking your mind — from a magician and Google design ethicist. 2016. Medium. Disponível em: https://medium.com/thrive-global/how-technology-hijacks-peoples-minds-from-a-magician-and-google-s-design-ethicist-56d62ef5edf3. Acesso em: 07/08/2023.
HART, Michael, H. As 100 maiores personalidades da história: uma classificação das pessoas que mais influenciaram a história. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.
HERMET, Guy. A democracia. Lisboa: Ed. Piaget, 1997.
HOFFMANN, Fábio; SANTOS, Everton Rodrigo. Os jingles como formas simbólicas estratégicas de persuasão político-eleitoral. Cadernos do Tempo Presente, v. 8, n. 4, p. 27-38, jul.-dez., 2017.
HOW social media is ruining politics. 2015. Politico. Disponível em: https://www.politico.com/magazine/story/2015/09/2016-election-social-media-ruining-politics-213104?paginate=false. Acesso em: 22/08/2023.
WHY Trump tweets (and why we listen). 2018. Politico. Disponível em: https://www.politico.com/magazine/story/2018/01/26/donald-trump-twitter-addiction-216530. Acesso em: 06/08/2023.
IDEOLOGIA e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis: Vozes, 2011.
IN Praise of skepticism: trust but vefiry. New York: Oxford University Press, 2022.
INGLEHART, Ronald. The cultural backlash: Trump, Brexit e and the rise of authoritarianism populism. New York: Cambrige University Press, 2019.
INGLEHART, Ronald; NORRIS, Pippa. Trump and the populist authoritarian parties: the silent revolution in reverse. Perspectives on Politics, v. 15, n. 2, p. 443-454, jun., 2017.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
KEYES, Ralph. The post-truth era: dishonesty and deception in contemporary life. Londres: Macmillan, 2004.
LEFORT, Claude. A invenção democrática: os limites da dominação totalitária. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1987.
LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Editora Barcarolla, 2004.
LYNCH, Marc. After the arab spring; how the media trashed the transitions. Journal of Democracy, v. 26, n. 4, p. 90 - 99, oct., 2015.
MARKOFF, John. Democracia: transformações passadas, desafios presentes e perspectivas futuras. Sociologias, vol. 15, n. 32, p. 18-50, 2013.
MENDONÇA, Daniel de. Antagonismo como identificação política. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 9, p. 205-228, sept./dec., 2012.
MORAIS, Jennifer Azambuja de; COSTA, Andressa Liegi Vieira; Bernardi, Ana Julia Bonzanini. Populismo, polarização política e a pandemia do coronavírus: Donald Trump e a opinião pública nos Estados Unidos. Debates, v. 14, n. 3, p. 126 - 149, set.-dez., 2020.
MORRIS, Dick. Jogos de poder. Rio de Janeiro: Record, 2004.
NORRIS, Pippa. The Growth of critical citizens?. In: Norris, P. (ed.). Critical citizens: global support for democratic governance. New York: Oxford University Press, 1999.
POLIARQUIA: participação e oposição. São Paulo: Edusp, 2012.
SOBRE a democracia. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2016.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2003.
THOMPSOM, John B. O escândalo político: poder e visibilidade na era da mídia. Petrópolis: Vozes, 2002.
TILLY, Charles. Democracia. Petrópolis: Ed. Vozes, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Sociais e Humanas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. Os artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.