L’agro au galop
allégories de la conquête et agrobolsonarisme
DOI :
https://doi.org/10.5902/2236672590501Mots-clés :
Agro-industrie, Le bolsonarisme, Blancheur, Chevaux, SojaRésumé
Cet article vise à expliquer le langage allégorique lié aux formes d'énonciation politique des associations patronales de producteurs de soja dans leurs bases du Mato Grosso et de la capitale fédérale. La perspective ethnographique permet d’identifier les stéréotypes mobilisés dans la dispute sur « l’agriculture » entre la concertation politique des mouvements agro-industriels et paysans et les peuples et communautés traditionnels. L’allégorie du « gaucho », notamment l’image du héros à cheval, correspond à cette arme discursive du pouvoir qui, fonctionnant comme un stéréotype, tend à marquer l’absence de quelque chose de désirable dans son objet, qui est précisément le « travail manuel ». ou des pratiques de travail liées à la rusticité paysanne. L'incorporation du cheval dans ces performances publiques, ainsi que l'utilisation du terme « frontière » pour désigner les zones d'intérêt de la plantation contemporaine, sont révélatrices de messages sur la persistance de la guerre de conquête coloniale.
Téléchargements
Références
ALMEIDA, L. S. Significados locais da colonização interna no norte mato-grossense. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 23, 2021a. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbeur/a/sStcXbCqXCpX4bvGVMPQtGw/ Acesso dez 2024
ALMEIDA, L. S. Pandemia,“agro” e “sofrência”: jornalismo, propaganda e entretenimento no debate público sobre o modelo agrícola. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), v. 34, p. 367-383, 2021b. Disponíve em:https://www.scielo.br/j/eh/a/X65LzqxMQKKG7KGgdDDR9vj/abstract/?lang=pt Acesso em dez. 2024.
BARBUY, H. O Brasil vai a Paris em 1889: um lugar na Exposição Universal. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 4, 1996. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5342
BENJAMIN, W. Paris, the capital of the nineteenth century. In: Jennings, H. et al. Selected Writings volume 3. Harvard University Press, 2002.
BENTO, M. A. O pacto da branquitude. Companhia das letras, 2022.
BENTO, M. A. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.
BRUNO, R. Bancada ruralista, conservadorismo e representação de interesses no Brasil contemporâneo. In: MALUF, R.; FLEXOR, G. (orgs.). Questões agrárias, agrícolas e rurais. Rio de Janeiro: E-papers, 2017.
BOSCATTI, Ana Paula; ADELMAN, Miriam. De cavalos e homens: história, poder, estratégias e representações. Estudos de Sociologia, v. 25, n. 49, 2020. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/14100 Acesso em dez 2024
CASANOVA, P. G. Colonialismo interno (uma redefinição). In: BORÓN, A. et al. A teoria marxista hoje. São Paulo: Clasco, 2007. p. 431-458. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/formacion-virtual/20100715084802/cap19.pdf. Acesso em dez 2024.
CHAMPAGNE, Patrick. La manifestation. La production de l'événement politique. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 52, n. 1, p. 19-41, 1984.
COMERFORD, John. Produzindo moralidades: dilemas, polêmicas e narrativas em terras do “agronegócio”. In: WERNECK, A.; DE OLIVEIRA, L. (Orgs.). Pensando bem: estudos de sociologia e antropologia da moral. Casa da Palavra, p. 156-181, 2014.
CORDEIRO, M. S. S. Pioneiros, fundadores e aventureiros – a ocupação de terra em Rondônia. Revista de Antropologia, v. 61, n. 1, p. 125-146, 2018. Disponível em: https://revistas.usp.br/ra/article/view/145519 Acesso em dez. 2024.
CRAICE DA SILVA, C.; ALMEIDA, L. As águas do Rio Arrojado: disputa entre a monocultura de commodities e os modos de vida tradicionais dos Fundos e Fechos de Pasto. Revista Mutirõ. Folhetim de Geografias Agrárias do Sul, [S. l.], v. 4, n. 3, p. 260–268, 2024. DOI: 10.51359/2675-3472.2023.260808. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/mutiro/article/view/260808. Acesso em: 4 jul. 2024.
DU BOIS, C.; TAN, C.; MINTZ, S. Introduction: the significance of soy. In: DU BOIS, C.; TAN, C.; MINTZ, S. The world of soy. Chicago: University of Illinois Press, 2008. p. 1-23.
ELIAS, D.; PEQUENO, R. Desigualdades socioespaciais nas cidades do agronegócio. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 9, n. 1, p. 25-39, maio de 2007. Disponível em: https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/168. Acesso em dez. 2024.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Soja em números. Disponível em: https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos. Acesso dez. 2024.
FREEMAN, S. T. Neighbors: the social contract in a Castilian Hamlet. Chicago: University of Chicago Press, 1971.
FERREIRA, C. A. Difusão do conhecimento científico e tecnológico no Brasil na segunda metade do século XIX: a circulação do progresso nas exposições universais e internacionais. 2011. 299 p. Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16341 Acesso em dez. 2024.
GERHARDT, C. Agronegócio" desde o gene até o meme": a invasão do vírus/totem agro. Mana, v. 27, n. 3, p. e273206, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/mana/a/CB4DdpWntGr9ypDFygTNrct/?format=pdf&lang=pt Acesso em dez. 2024.
GUIMARÃES, D. A celebração da modernidade: a feira e a festa nas exposições agropecuárias do nordeste paulista. 1996. 211 p. Tese (Doutorado em História Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
HEREDIA, B.; PALMEIRA, M.; LEITE, S. P. Sociedade e economia do “agronegócio” no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 25, n. 74, p. 159-196, out. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v25n74/a10v2574.pdf. Acesso em: 30 ago. 2019.
HERZFELD, Michael. Cultural intimacy: Social poetics in the nation-state. Routledge, 2014.
KLUG, João. A Exposição Nacional do Rio de Janeiro (1875) e os seus impactos na produção agropecuária e nas ciências naturais. In: NODARI, Eunice. S.; KLUG, João. (Orgs.). História Ambiental e Migrações. São Leopoldo: Oikos, 2012, p. 139-150.
LEAL, F. O. Os Gaúchos: cultura e identidade masculinas no pampa. Porto Alegre: Tomo, 2021.
LEAL, N. S. “É de agronegócio!”: circuitos, relações e trocas entre peões de manejo, peões de rodeio e tratadores de gado em feiras agropecuárias. 2008. 174f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em : https://repositorio.usp.br/item/001732263 Acesso em dez. 2024.
LEITE, S. P.; WESZ JR., V. J. Políticas públicas para o financiamento do agronegócio no Brasil:programas, instrumentos e resultados com ênfase no caso de Mato Grosso. In: BÜHLER, E.; GUIBERT, M. OLIVEIRA, V. L (org.) Agriculturas empresariais e espaços rurais na globalização: abordagens a partir da América do Sul. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2016. p.105-124.
MARQUES, A. C. D. Pioneiros de Mato Grosso e Pernambuco. Novos e velhos capítulos da colonização no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 28, n. 83, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/YyxvXCr77yRxVtPRGCcgTpz/ Acesso em dez. 2024.
MARTINS, J. S. Capitalismo e tradicionalismo. São Paulo: Livraria Pioneira, 1975.
MBEMBE, Achille. The Banality of Power and the Aesthetics of Vulgarity in the Postcolony. The Anthropology of the State: a reader, v. 4, p. 381-400, 2006.
MEYER, Gustavo; GERHARDT, Cleyton. Dos intrépidos gaúchos aos responsáveis homens de camisa azul: moralidade, sociabilidade e hierarquia na sociedade do agronegócio. Dados, v. 67, p. e20220080, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/dados/a/qPp6GRRqHgf55XqvxVrwLkp/abstract/?lang=pt Acesso em dez. 2024.
MIES, M. Patriarchy & Accumulation on a world scale: women in the Internacional division of labour. Zed Books, 1998.
MINTZ, S. Dulzura y poder. México: Siglo XXI, 1996.
MONBEIG, P. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec, 1998.
NEVES, M. As vitrines do progresso. Rio de Janeiro: PUC-Rio/FINEP/CNPq, 1986.
OLIVEN, R. G. A tradição revisitada: a (re)construção da identidade gaúcha no Brasil moderno. In: MATO, D. (org.). Teoria y política de la construcción de identidades y diferencias en America Latin y el Caribe. Caracas: Nueva Sociedad, 1994.
PITT-RIVERS, Julian. The place of grace in anthropology. HAU - Journal of Ethnographic Theory, v. 1, n. 1, p. 423-450, 2011. Disponível em: https://www. journals.uchicago.edu/doi/full/10.14318/hau1.1.017. Acesso em: 26 abr. 2023.
POMPEIA, C. Concertação e Poder: o agronegócio como fenômeno político no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.35, n. 104, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/bWNJXhwGrcqZRqjJF6rD5pv/?lang=pt Acesso em dez. 2024.
POMPEIA, Caio. Agri-bolsonarism: a movement led by agricultural elites and far-right politicians in Brazil. The Journal of Peasant Studies, p. 1-25, 2024. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/03066150.2023.2301440. Acesso em dez. 2024.
SANDAJ, N. Exposições internacionais: uma abordagem historiográfica a partir da América Latina. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, vol. 24, n. 3, 2017.Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/Gfjz6kn7bGspj83MFdbWpRt/abstract/?lang=pt Acesso em dez. 2024.
SANTI, A. Do Partenon à Califórnia: o nativismo e suas origens. Porto Alegre: UFRGS, 2004.
SEVCENKO, Nicolau. Alegorias da experiência marítima e a construção do europocentrismo. In: Raca e Diversidade. São Paulo: Edusp/Estação Ciência, 1996.
SEYFERTH, G. Imigração e cultura no Brasil. Brasília: Ed. da UnB, 1990.
THOMAZ, O. R. “O bom povo português”: usos e costumes d’aquém e d’além-mar. Mana, v. 7, n.1, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/mana/a/9fHVhR4wrPLgPpRCNCPY85p/ Acesso em dez. 2024.
TSING, Anna. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, p. 119-123, 2019.
WALLACE, Rob. Pandemia e agronegócio: doenças infecciosas, capitalismo e ciência. Editora Elefante, 2020.
WOLFORD, Wendy. The Plantationocene: A lusotropical contribution to the theory. Annals of the American Association of Geographers, v. 111, n. 6, p. 1622-1639, 2021.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Luciana Schleder Almeida 2024
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les termes suivants:
a) Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent le droit revue de la première publication de l'œuvre à la fois sous licence Creative Commons Attribution, qui permet le partage du travail et la reconnaissance de sa première publication dans ce journal.
b) Les auteurs sont en mesure de prendre des contrats supplémentaires séparément pour distribution non exclusive de la version de l'article publié dans ce journal (par exemple, dans le dépôt institutionnel ou de publier sous forme de chapitre de livre), avec la reconnaissance de sa publication initiale dans cette revue.
c) Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier leur travail (par exemple, dans les dépôts institutionnels ou sur leur site internet) avant et pendant le processus de soumission en ligne, car il peut conduire à des échanges fructueux, ainsi que d'augmenter l'impact et la citation des travaux publiés.