Educação entre reprodução e libertação: diálogo entre Pierre Bourdieu e Paulo Freire
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236672586532Palavras-chave:
Reprodução, Libertação, Pierre Bourdieu, Paulo FreireResumo
Elegemos neste artigo dois autores considerados basilares para o contexto educacional brasileiro. Pierre Bourdieu, com sua teoria reprodutivista, que afirma serem os sistemas escolares engrenagens de manutenção e legitimação das desigualdades sociais e culturais. E, Paulo Freire, que problematiza o antagonismo entre opressores e oprimidos, que se desdobra em processos de desumanização, com efeitos deletérios sobre os educandos, propondo, por conseguinte, uma pedagogia da libertação. Assim, nosso objetivo foi apresentar cada uma dessas abordagens educacionais, bourdeiusiana e freireana, com o intuito de, a partir de seu debate e entendimento complementar, contribuir com o pensamento educacional mais amplo. Neste sentido realizamos um dialogo – ou mesmo, propomos a complementariedade – entre os pensadores aqui elegidos, o que revelou uma proposta absolutamente oportuna, à proposição de uma educação descomprometida com as imposições pedagógicas tradicionais e conservadoras, por conseguinte, não críticas, objetivando que os educandos possam efetivamente desempenhar seu protagonismo com conscientização crítica, promovendo a desejável e necessária transformação social.
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