Cooperativismo de Crédito: uma análise da formação da taxa de juros
DOI:
https://doi.org/10.5902/2359043287673Palavras-chave:
Cooperativismo de crédito, Taxa de juros, Teoria da agênciaResumo
Uma característica importante das cooperativas de crédito é que sua estrutura societária pode opor interesses de sócios tomadores de empréstimos e credores. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar a formação das taxas de juros praticadas por cooperativas de crédito a partir de uma interpretação teórica baseada no problema de agência. Nesta abordagem teórica, os interesses do proprietário não são necessariamente os mesmos do agente e, portanto, examinar esta relação é um caminho teórico viável e oportuno no sentido de melhor compreender a definição dos juros no âmbito do cooperativismo de crédito. Em termos metodológicos, dados secundários relativos às taxas de juros foram coletados e confrontados com análise qualitativa decorrente de entrevistas semiestruturadas. Os resultados permitem compreender os diferentes determinantes da taxa de juros, sejam eles externos, como a taxa SELIC, ou internos, como os custos incorridos e a tendência de redução do spread bancário. Em linhas gerais, as taxas de juros cobradas nas cooperativas de crédito são menores do que aquelas praticadas por bancos comerciais e, apesar de ser possível identificar relações com potenciais problemas de agência, o estudo não identificou a ocorrência destes fenômenos nos aspectos analisados.
Downloads
Referências
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Estabilidade Financeira: Cooperativa de Crédito. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/cooperativacredito. Acesso em: 31 maio 2023.
BESANKO, D.; DRANOVE, D.; SHANLEY, M.; SCHAEFER, S. A Economia da Estratégia. 3. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2006.
BEUREN, I. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade. São Paulo, Editora Atlas SA, 2013.
BRANCH, B., BAKER, C. Chapter 11: Overcoming Credit Union Governance Problems. IN WESTLEY, Glenn D., BRANCH, Brian
(org.). Safe money: building effective credit unions in Latin America. Washington: Inter American Development Bank and World Council of Credit Unions, 2000.
BRESSAN, V. G. F. et al. Cooperativas de crédito e competitividade no mercado financeiro brasileiro: uma análise das taxas de
juros. Revista de Gestão e Organizações Cooperativas, [s. l.], v. 10, n. 19, p. e68474–e68474, 2023. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/rgc/article/view/68474. Acesso em: 23 jan. 2024.
BRESSAN, V. G. F.; BRAGA, M. J.; BRESSAN, A. A. Análise da dominação de membros tomadores ou poupadores de recursos nas cooperativas de crédito mineiras. Economia Aplicada, [s. l.], v. 16, p. 339–359, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ecoa/a/GJd4bp9JkZ49wstw94b8sQv/. Acesso em: 23 jan. 2024.
BRICKLEY, J. A., SMITH, C. W., & ZIMMERMAN, J. L. (2009). Managerial Economics and Organizational Architecture. 5th edition. McGraw-Hill, 2009.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. Cortez Editora, 1991.
CRESWELL, J. W.; PLANO, V. L. (2011). Pesquisa de métodos mistos. Penso. 2011.
DEE-RS. DEE Dados. Disponível em: http://deedados.planejamento.rs.gov.br/ feedados/. Acesso em: 27 de julho, 2024.
GOMEZ-BISCARRI, J.; LÓPEZ-ESPINOSA, G.; MESA-TORO, A. The risk implications of the business loan activity in credit unions. Journal of Financial Stability, v. 56, p. 100932, 2021.
GORTON, G.; SCHMID, F. Corporate governance, ownership dispersion and efficiency: Empirical evidence from Austrian cooperative banking. Journal of Corporate Finance, v. 5, n. 2, p. 119-140, 1999.
HART, O.; MOORE, J. The governance of exchanges: members' cooperatives versus outside ownership. Oxford Review of Economic Policy, v. 12, n. 4, p. 53-69, 1996.
IBGE-Cidades. Sant'Ana do Livramento. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 27 de jul, 2024.
JENSEN, M. C., & MECKLING, W. H. (1976). Teoria da Firma: Comportamento do Gerente, Custos de Agência e Estrutura de Propriedade. (Trad. Heloísa Nascimento). Revista de Administração de Empresas, 16(4), 86-129.
KLEIN, V. A Economia dos Contratos: Uma Análise Microeconômica. CRV, 2015.
LAWRENCE, E. R.; NGUYEN, C.; PACHECO, A. Interest Rate Competition among C Banks, S Banks, and Credit Unions. Journal of Financial Services Research, v. 65, n. 2, p. 219-242, 2024.
LIMA, R. E.; ARAÚJO, M. B. V.; AMARAL, H. F. Conflito de agência: um estudo comparativo dos aspectos inerentes a empresas tradicionais e cooperativas de crédito. Revista de Contabilidade e Organizações, [S. l.], v. 2, n. 4, p. 148-157, 2008. DOI: 10.11606/rco.v2i4.34726. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rco/article/view/34726. Acesso em: 27 maio 2023.
LU, W.; SWISHER, J. A comparison of bank and credit union growth around the financial crisis. American Journal of Business, v. 35, n. 1, p. 25-44, 2020.
MCKILLOP, D.; FRENCH, D.; QUINN, B.; SOBIECH, A. L.; WILSON, J. O. Cooperative financial institutions: A review of the literature. International Review of Financial Analysis, v. 71, p. 101520, 2020.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa. Enfoques epistemológicos e metodológicos, 2012.
RAUPP, F. M.; BEUREN, I. M. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais. São Paulo, 1999.
SÁ, A. E. B. de et al. Cenário das publicações de Teses e Dissertações sobre Conflitos de Agência em Cooperativas de Crédito no Brasil:. Encontro Internacional de Gestão, Desenvolvimento e Inovação (EIGEDIN), [s. l.], v. 4, n. 1, 2020. Disponível em:
https://periodicos.ufms.br/index.php/EIGEDIN/article/view/11084. Acesso em: 23 jan. 2024.
SANTOS, T. R.; SOBRINHO, H. G. Gestão do cooperativismo de crédito no Brasil: análise bibliométrica nas publicações na última
década. Revista de Gestão e Organizações Cooperativas, [s. l.], v. 8, n. 16, p. 01–42, 2021. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/rgc/article/view/48148. Acesso em: 24 jan. 2024.
SEBRAE - As vantagens de se associar a uma cooperativa de crédito. Disponível em:
maio 2023.
SILVA, N. P. Filosofia moral e Método na Teoria Econômica Neoclássica. 2015.
TRINDADE, L. Z.; BIALOSKORSKI NETO, S. Uma análise da separação entre a propriedade e a gestão nas cooperativas de crédito
brasileiras. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 6, n. 16, p. 95-118, 2012.
VARIAN, H. R. Microeconomia: Princípios Básicos - Uma Abordagem Moderna. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2003.
WESTLEY, D., BRANCH, B. Safe money: building effective credit unions in Latin America. Washington: Inter-American
Development Bank and World Council of Credit Unions, 2000.
WESTRUP, M.; CAMILO, S. P. O.; ESTEVAM, D. de O. Dominância de membros tomadores ou poupadores de recursos nas
cooperativas de crédito e o desempenho: análise sob a ótica da teoria de agência. Navus: Revista de Gestão e Tecnologia, [s. l.],
v. 8, n. 2, p. 27–42, 2018. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6570378. Acesso em: 23 jan. 2024.
WOCCU (Eua). Statistical Report. Madison-Wi: World Council of Credit Unions, 2022. Disponível em:
https://www.woccu.org/documents/2022_Statistical_Report_EN. Acesso em: 16 mar. 2024.
ZYLBERSZTAJN, D.; SZTAJN, R. Direito e Economia: Análise Econômica do Direito e das Organizações. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Editora Campus, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Notas de Pesquisa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).