“Ser bicha é ser livre”: um documentário anunciando modos de existir nas fronteiras dos gêneros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734843964

Palavras-chave:

documentário, bicha, regimes de visualidade, processos educativos, cis-heteronormatividade

Resumo

O artigo tem como objetivo discutir a política e a poética das imagens do documentário ‘Bichas’, dirigido pelo pernambucano Marlon Parente. O documentário traz os relatos de seis jovens que narram experiências em diversos âmbitos sociais a partir de sua identificação como ‘bichas’. As análises incorporaram os aportes dos estudos da Cultura Visual e dos estudos das relações de gênero e sexualidades, a fim de problematizar os processos educativos que nos conduzem a pensar sobre como cada personagem constrói sentidos e experiências de si ao se assumir como ‘bicha’, ressignificando a injúria que essa palavra representa para afirmar modos de existir que desafiam os regimes de visualidade cis-heteronormativos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roney Polato de Castro, Faculdade de Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Referências

BICHAS, o documentário, Marlon Parente, Recife, fev. 2016, online (YouTube). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0cik7j-0cVU> Acesso: 10 jan. 2020.

BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, G. L. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. p. 151-172.

BUTLER, J. Problemas de gênero – feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BUTLER, J. Regulações de gênero. Cadernos Pagu, Campinas, n. 42, p. 249-274, jan./jun. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cpa/n42/0104-8333-cpa-42-00249.pdf>. Acesso: 19 nov. 2019.

AUTOR, 2012

AUTOR, 2016

ELLSWORTH, Elizabeth. Modos de endereçamento: uma coisa de cinema; uma coisa de educação também. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Nunca fomos humanos: nos rastros do sujeito. Trad. Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. p. 7-76.

ERIBON, Didier. Reflexões sobre a questão gay. Rio de Janeiro: Cia de Freud, 2008.

FERRARI, A. A “bicha banheirão” e o “homossexual militante”: grupos gays, educação e a construção do sujeito homossexual. In: 29ª REUNIÃO DA ANPED, 2006, Caxambu, MG. Anais eletrônicos. Disponível em: <http://29reuniao.anped.org.br/trabalhos/trabalho/GT23-1688--Int.pdf>. Acesso: 10 jan. 2020.

AUTOR; AUTOR, 2012

FERRARI, A. “Poeticamente silenciosa”: cinema e a formação ética-estética dos sujeitos. In: FERRARI, A.; CASTRO, R. P. (Orgs.). Política e poética das imagens como processos educativos. Juiz de Fora, MG: Editora da UFJF, 2012, p. 37-54.

FERRARI, A. O que os adolescentes produzem de imagens? – Cultura visual, adolescências e educação. Visualidades, Goiânia, v.11, n.2, p. 13-35, jul./dez. 2013. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/30695/16695>. Acesso: 20 fev. 2020.

FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito: curso dado no Collège de France (1981-1982). Trad.: Márcio Alves da Fonseca e Salma Tannus Muchail. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

LOURO, G. L. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, G. L. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 9-34.

MARTINS, R. Porque e como falamos da cultura visual? Visualidades, Goiânia, v. 4, n. 1 e 2, p. 64-79, 2006. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/17999/10727>. Acesso: 10 fev. 2020.

MARTINS, R. Hipervisualização e territorialização: questões da Cultura Visual. Educação & Linguagem, São Paulo, v. 13, n. 22, p. 19-31, jul./dez. 2010. Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/EL/article/view/2437/2391>. Acesso: 10 fev. 2020.

MELO, C. T. V. O documentário como gênero audiovisual. Comunicação & Informação, Goiânia, v. 5, n. 1/2, p. 25-40, jan./dez. 2002. Disponível em: <https://revistas.ufg.br/ci/article/view/24168/14059>. Acesso em: 01 mar. 2020.

MISKOLCI, R. A teoria queer e a sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias, Porto Alegre, n. 21, p. 150-182, jan./jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/soc/n21/08.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2020.

MISKOLCI, R. Desejos digitais – uma análise sociológica da busca por parceiros on-line. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

NONATO, M. N. Narrativas afeminadas: uma discussão sobre corpo, gênero e abjeção. In: XV ENECULT, 2019, Salvador. Anais eletrônicos. Disponível em: <http://www.enecult.ufba.br/modulos/submissao/Upload-484/111594.pdf>. Acesso: 15 mar. 2020.

PRADO, M. A. M.; MACHADO, F. V. Preconceito contra homossexualidades: a hierarquia da inviabilidade. São Paulo: Cortez, 2008.

SANTIAGO, A. C.; CASTELLO, N. F. V.; RODRIGUES, A. Bichas destruidoras mesmo: construindo uma viada bem afeminada. Periferia, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 156-180, jul./dez. 2017. Disponível em: < https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/periferia/article/view/29360/22116>. Acesso em: 10 jan. 2020.

SILVA, T. T. O currículo como fetiche – a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

SPINELLI, E. M. Webdocumentário: implicações dos recursos tecnológicos digitais na composição estrutural e narrativa do formato. Comunicação Midiática, São Paulo, v.8, n.2, p.169-183, mai./ago. 2013. Disponível em: <https://www2.faac.unesp.br/comunicacaomidiatica/index.php/CM/article/view/238/237>. Acesso em: 01 mar. 2020.

ZAMBONI, J. A bicha na emergência da homossexualidade cultural: Peter Fry e o que o inglês não viu. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 30, p. 1-10, dez. 2018. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/psoc/v30/1807-0310-psoc-30-e178463.pdf>. Acesso: 10 jan. 2020.

Downloads

Publicado

2020-07-27

Como Citar

Castro, R. P. de. (2020). “Ser bicha é ser livre”: um documentário anunciando modos de existir nas fronteiras dos gêneros. Revista Digital Do LAV, 13(1), 146–172. https://doi.org/10.5902/1983734843964