Adiando o fim do mundo: ancestralidade e ativismo na obra de Ailton Krenak

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734890609

Palavras-chave:

Protagonismo indígena, Ailton Krenak, Cultura originária

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o protagonismo indígena a partir das contribuições políticas e literárias do autor e ativista indígena Ailton Krenak, evidenciando as movimentações de resistência e luta dos povos originários do Brasil. Serão destacados os principais momentos que marcaram a história e a ascensão sociopolítica da população indígena, desde a superação da violência epistêmica, exercida pelos discursos ocidentais que invisibilizaram os sujeitos considerados “subalternos” (Spivak, 2010), até o reconhecimento constitucional do indígena como legítimo cidadão brasileiro, momento posterior à promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Ademais, será destacada a importância da linguagem e da literatura enquanto instrumentos capazes de ampliar horizontes – estéticos e políticos – para esses povos e possibilitar a difusão da cultura originária sob a perspectiva do sujeito indígena, ocupando, agora, o lugar de protagonista do seu próprio discurso.

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Biografia do Autor

Mariana Xerfan, Universidade Federal do Pará

Graduada em Letras (habilitação língua portuguesa) pela Universidade Federal do Pará. Membro do grupo de pesquisa “Estudos de literatura e poéticas indígenas”, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Izabela Guimarães Guerra Leal

Izabela Leal, Universidade Federal do Pará

Doutorado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008). Atualmente é professora de Literatura na Universidade Federal do Pará (UFPA) e professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPA.

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Publicado

2025-07-24

Como Citar

Xerfan, M., & Leal, I. (2025). Adiando o fim do mundo: ancestralidade e ativismo na obra de Ailton Krenak. Revista Digital Do LAV, 18(1), e11/1–18. https://doi.org/10.5902/1983734890609

Edição

Seção

Dossiê – Artes e literaturas indígenas contemporâneas: forças que movimentam modos de pensar, sentir e fazer pesquisas