Biodiesel produzido a partir de óleos de sementes tratadas com efluente sanitário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236117035868

Palavras-chave:

Biodiesel, Jatropha, Ricinus, Óleos vegetais, UASB

Resumo

Óleos de Jatropha curcas L. e Ricinus communis L. podem ser transformados em biodiesel através da reação de transesterificação. As plantas J. curcas e R. communis são de grande importância no nordeste do Brasil e têm sido consideradas uma fonte alternativa de energia para combustíveis fósseis. Águas residuais podem ser usadas para irrigar essas plantas, pois contém nutrientes como nitrogênio e fósforo. Este trabalho teve como objetivo avaliar os aspectos produtivos de Jatropha e Ricinus fértirrigados que foram cultivados com esgoto doméstico tratado. Para o pinhão-manso foram utilizados três sistemas: um digestor anaeróbico e um filtro, um filtro anaeróbico e um reator de manta de lodo anaeróbio de fluxo ascendente (Upflow Anaerobic Sludge Blanket - UASB). Para o Ricinus foi utilizado um reator UASB, uma lagoa anaeróbica, tanque de polimento e 4 drenos com plantio de mamona. Usando esses sistemas, as demandas química e bioquímica de oxigênio foram reduzidas em 93,6, 91,92 e 94,84%, e 98,2, 91,92 e 92,31%, respectivamente. O pH médio nos três sistemas de tratamento foi de 7,0. O teor de óleo das sementes de Jatropha e Ricinus foi de 14 a 35% e 46 a 70% de rendimento, respectivamente. A acidez do óleo de Jathopha foi de 18,88 mg KOH / g, com uma densidade de 0,911 g / cm3 e viscosidade cinemática de 31,49 cSt e a acidez de Ricinus communis foi de 0,0003 mg KOH / g, com uma densidade de 0,940 g / cm3 e viscosidade cinemática de 248,65 cSt. Os ésteres do ácido oléico e linoléico constituíram 45,83 e 30,60% do óleo de Jatropha e ácido Ricinoleico foi de 79,9% na composição de ácidos graxos. Estes resultados mostram que o óleo de Jatropha e o óleo de Ricinus tratados com esgoto doméstico têm grande potencial para a produção de biocombustíveis.

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Biografia do Autor

Germana Arruda de Queiroz, Centro Universitario UniFBV Wyden, Recife, PE

Possui bacharelado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (2009) e graduação em Engenharia de Produção pela Associação Educacional Boa Viagem (2010), mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (2011) e doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (2015) com período de 1 ano no CPE -Lyon na França. Em 2015-2016 realizou pós-doutorado na Universidade de Bremen no laboratório do Advanced Ceramics. Atualmente é professor na centro universitário UniFBV wyden. Tem experiência na área de pesquisa atuando principalmente nos seguintes temas: água residuária, biocorrosão, solos, tubulações enterradas, water-gas shift e polímeros derivados cerâmicos.

Léa Elias Mendes Carneiro Zaidan, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Pós-Doutorado pelo Departamento de Engenharia Química (DEQ/UFPE) em Tratamentos de Efluentes. Doutora em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pelo Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (PRH-28) , com ênfase em Ambiental, atuando nos seguintes temas: Processos Oxidativos Avançados, fotocatálise homogênea e heterogênea, compostos fenólicos, toxicidade em sementes de plantas e microbiológicos e métodos analíticos via cromatografia líquida de alta eficiência e carbono orgânico total. Possui mestrado em Engenharia Química pela UFPE abordando o seguinte título: Avaliação da qualidade do biodiesel produzido a partir da mamona e e pinhão manso fertirrigados com esgotos sanitários tratados anaerobicamente dos municípios de Pesqueira-Pe e Ibimirim-PE, (início-03/07,conclusão-08/10). Possui graduação em Engenharia Química pela UFPE (2007). Estagiou na Masterboi Alimentos, na área de meio-ambiente em tratamento de efluentes, análises físico-químicas. 

Ana Maria Bastos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Possui graduação em Licenciatura Plena em Química pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1996), graduação em Química Industrial pela Universidade Católica de Pernambuco (1997) e mestrado em Engenharia Civil na área de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Atualmente é técnico de laboratório da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Análise de Traços e Química Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: físico-química, caracterização físico-químicas de biossólidos, efluentes e água. 

Valdinete Lins Silva, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Bolsista de Produtividade 1D Professora Titular do Departamento de Engenharia Quimica, Possui graduação em Quimica pela Universidade Católica de Pernambuco (1972), mestrado em Quimica pela Universidade Federal de Pernambuco (1979) e doutorado em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (1991). Tem experiência em Química Analítica, na área de Eletroanalítica e Espectrometria , com sistema automatizados (FIA e SIA e na área Ambiental e Saúde , com ênfase em Biossensores, Técnicas Avançadas de Tratamento de Águas de abastecimento e residuárias principalmente nos seguintes temas: monitoramento e qualidade de água de abastecimento e resíduária, superficial ou subterrânea e tratamento de águas,utilzando Processos de Adsorção e Oxidação Avançada, Desenvolvimento, caracterização e automação em sistemas biológicoa empregando biossensores. 

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Publicado

2019-06-01

Como Citar

Queiroz, G. A. de, Zaidan, L. E. M. C., Bastos, A. M., & Silva, V. L. (2019). Biodiesel produzido a partir de óleos de sementes tratadas com efluente sanitário. Revista Eletrônica Em Gestão, Educação E Tecnologia Ambiental, 23, e19. https://doi.org/10.5902/2236117035868

Edição

Seção

TECNOLOGIA AMBIENTAL

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