A educação ambiental e o uso de plantas medicinais utilizadas pela população do distrito de União Bandeirante-Rondônia

Autores

  • Renato Abreu Lima UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
  • Laiza Sabrina Santos Pires Bióloga; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Professora de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino em Porto Velho-RO.
  • Natan Gonçalves Vieira Biólogo; Professor de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino (SEDUC) em Porto Velho-RO.

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236117014800

Palavras-chave:

Fitoterapia, Levantamento, Amazônia.

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo resgatar informações sobre o uso de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do distrito de União Bandeirante-RO, bem como na sua utilização popular, seu preparo e a correta identificação botânicas destas plantas. Além disso, servir para a difusão da cultura popular do uso das plantas e sua relação com a Educação Ambiental. Foram empregados diálogos para direcionar a entrevista baseado em questionário estruturado com perguntas abertas e fechadas. No total, foram entrevistados 70 moradores com faixa etária entre 21 e 57 anos, com níveis sócio-culturais e atividades ocupacionais distintas. Os resultados demonstram que 85% dos entrevistados fazem uso de plantas medicinais e apenas 15% destes não fazem. Foram citadas 53 espécies de plantas medicinais distribuídas em 34 famílias botânicas as mais citadas foram: Asteraceae com 29%, Lamiaceae 24%, Myrtaceae e Lauraceae com 19 e 14%, respectivamente. As plantas mais citadas foram: hortelã do Brasil (Mentha arvensis L.) com 14 citações, boldo goiano (Vernonia condensata Baker) e erva cidreira (Melissa officinalis L.) com 11, erva doce (Foeniculum vulgare Mill.) com 6, camomila (Chamomilla recutita (L) Rauschert.) com 5, guaco (Mykania glomerata Spreng), babosa (Aloe vera (L.) Burn.F) e alho (Alliun sativum L.) com 4 citações. A forma de uso mais citada pelos moradores foi o chá. No preparo das receitas, a folha obteve o maior número de citação e as indicações terapêuticas mais citadas foram: antiflamatório, cicatrizante, calmante, diarreia, gripe. Com relação ao entendimento por educação ambiental, a maioria dos entrevistados informaram que a mesma é entendida como agente sensibilizador no sentido de educar para conscientizar a população.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renato Abreu Lima, UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

Biólogo; Pós-graduado em Gestão Ambiental; Mestre em Meio Ambiente e Doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Departamento de Ciências Biológicas.

Laiza Sabrina Santos Pires, Bióloga; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Professora de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino em Porto Velho-RO.

Professora de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino (SEDUC) em Porto Velho-RO.

Natan Gonçalves Vieira, Biólogo; Professor de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino (SEDUC) em Porto Velho-RO.

Biólogo; Professor de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino (SEDUC) em Porto Velho-RO.

Referências

ALBUQUERQUE, U.P.; LUCENA, R.F.P. Métodos e técnicas de pesquisa etnobotânica. Recife: NUPEEA, 2004. 189p.

AMOROSO, M.C.M.; GÉLY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo Amazonas, Barcarena, PA, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. v.4, n.2, p.47-131, 1988.

BARLEM, S.M.S.; SANTANA, M.S.A.; NOBRE, G.J.L.; CHERMONT, K.N.R. Contribuição ao conhecimento Fitoterápico da Comunidade de Itacoara, município de Benevides, Estado do Pará. Trabalho de conclusão de curso apresentado pelo Centro de Ensino Superior do Pará. Belém. p.22, 2005.

BARATA, G.; Medicina popular obtém reconhecimento científico. Revista Ciência e Cultura, v.55, n.1, p.12-12, 2003.

BORGES, M.R. Conhecimento popular sobre plantas do Cerrado como subsídio para propostas de educação ambiental. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. p.120, 2009.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. SIDRA – Banco de Dados Agregado. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1378&z=cd&o=7>. Acessado em 24 de agosto de 2012.

CALÁBRIA, L.; CUBA, G.T.; HWANG, S. M.; MARRA, J. C. F.; MENDONÇA, M. F.; NASCIMENTO, R. C.; OLIVEIRA, M. R.; PORTO, J. P. M.; SANTOS, D. F.; SILVA, B. L.; SOARES, T. F.; XAVIER, E. M.; DAMASCENO, A. A.; MILANI, J. F.; REZENDE, C. H. A.; BARBOSA, A. A. A.; CANABRAVA, H. A. N. Levantamento etnobotânico e etnofarmacológico de plantas medicinais em Indianópolis, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira Plantas Medicinais, v.10, n.1, p.49-63, 2008.

CASTELLUCCI, S; LIMA, M.I.S.; NORDI, N.; MARQUES, J.G.W. Plantas medicinais relatadas pela comunidade residente na estação ecológica de jataí, município de Luis Antonio-SP, uma abordagem etnobotânica. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.3, n.1, p.51-60, 2000.

CORTEZ, L.E.R.; JACOMOSS, I.E.; CORTEZ, D.A.G. Levantamento das plantas medicinais utilizadas na medicina popular de Umuarama, PR. Arquivo Ciências e Saúde, v.3, n.2, p.97-104, 1999.

ELISABETSKY, E. Etnofarmacologia como ferramenta na busca de substâncias ativas. In: SIMÕES C.M.O; SCHENKEL, E.P.; GOSMAN G; MELLO, J.C.P.; MENTZ L.A.; PETROVICK, P.R. (eds). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3.ed. Porto Alegre: UFSC. p. 91-104, 2001.

FAVILA, M.A.C.; HOPPE, J.M. As plantas medicinais como instrumento de educação ambiental. Monografias ambientais, v.3, n.3, p.468-475, 2011.

GUARIM-NETO, G.; GUARIM, V.L.M. Atividades interdisciplinares em Botânica. Revista Brasileira de Educação Pública, v.5, n.7, p.115-121, 1996.

GUARIM-NETO, G. O saber tradicional pantaneiro: as plantas medicinais e a educação ambiental. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v.17, n.2, p.71-89, 2006.

JACOBY, C.; COLTRO, E.M. Plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Guamirim- PR. Revista Ciências Exatas e Naturais, v.4, n.1, p. 45-49, 2002.

JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Caderno de Pesquisa, v.2, n.118, 189-216, 2003.

KUBO, R.R. Levantamento das plantas de uso medicinal em Coronel Bicado, RS. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós Graduação em Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. p.163, 1997.

LEFF, H. O Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001.

LIMA, R.A.; MAGALHÃES, S.A.; SANTOS, M.R.A. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas na cidade de Vilhena, Rondônia. Revista Pesquisa & Criação, v.10, n.2, p.165-179, 2011.

MAIA, E.A.; FRANCISCO, F.; PIRES, T.; COIMBRA, S.M. O uso de espécies vegetais para fins medicinais por duas comunidades da Serra Catarinense, Santa Catarina, Brasil. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v.11, n.1, p.54-59, 2011.

MARODIN, S.M.; BAPTISTA, L.R.M. O uso de plantas medicinais no município de Dom Pedro de Alcântara - RS. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.4, n.1, p.57-68, 2001.

MING, L.C.; AMARAL-JÚNIOR, A. Aspectos etnobotânicos de plantas medicinais na reserva extrativista “Chico Mendes”. Disponível em: http://www.nybg.org/bsci/acre/www1/medicinal.html>. Acesso em 25 de ago 2005.

MESSEGUÉ, M. Curaté com las plantas medicinales. Prontuário de medicina vegetal. Barcelona: Sintes, 1976. p.9-14.

OLIVEIRA, R.M.S.C.; PRINS, CL.; ANDRADE, M.A.S.; OLIVEITA, V.P.S. Levantamento de plantas medicinais em comunidade Norte Fluminense-RJ. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.7, n.1, p.74-91, 2003.

OZAKI, A.T.; DUARTE, P.C. Fitoterápicos utilizados na medicina veterinária, em cães e gatos. Revista Pharmacia Brasileira, v.12, n.2, p.14-21, 2006.

PASCHOAL, L.; JOAQUIM, W.M. Levantamento etnobotânico no bairro Vila Industrial em São José dos Campos-SP. Revista Univap, v.7, n.11, p.91-98, 2004.

REIS, T.M.F.C. Educação Ambiental: natureza, razão e história. Campinas: Unicamp. 2004. 324p.

ROSSATO, S.C. Utilização de plantas por populações do litoral norte do Estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado - Instituto de Biociências Universidade de São Paulo. p.119,1996.

SANTOS, J.F.L.; AMOROZO, M.C. M; MING, L.C. O uso popular de plantas medicinais rural da vargem grande município de Natividade da Serra, SP. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.10, n.3, p.67-81, 2008.

SANTOS, B.M.M.; ROSITO, J.M. Uso de plantas medicinais como instrumento de conscientização: responsabilidade social e ambiental. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v.7, n.7, p.1478-1491, 2012.

SCHARDONG, R.M.F.; CERVI, A.C. Estudos etnobotânicos das plantas de uso medicinal e místico na comunidade de São Benedito, Bairro São Francisco, Campo Grande- MS. Acta Biologica Paraense, v.29, n.2, p.187-217, 2000.

SILVA, A.J.R.; ANDRADE, L.H.C. Etnobotânica nordestina: estudo comparativo da relação entre comunidades e vegetação na Zona do Litoral - Mata do Estado de Pernambuco, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v.19, n.1, p.45-60, 2005.

SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 640p.

TOLEDO, A.C.O.; HIRATA, L. L.; CRUZ, M.; BUFFON, M.; MIGUEL, M.D.; MIGUEL, O.G. Fitoterápicos: uma abordagem farmacotécnica. Revista Lecta, v.21, n.2, p.7-13, 2003.

VENDRUSCOLO, G. S.; MENTZ, L.A. Levantamento etnobotânico das plantas

utilizadas como medicinais por moradores do bairro Ponta Grossa, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, v.61, n.2, p.83-103, 2006.

VIANA, E.H. Projeto educação ambiental, dunas buscando o desenvolvimento sustentável. Pelotas: SENAR, 2000. 98p.

Downloads

Publicado

2015-02-02

Como Citar

Lima, R. A., Pires, L. S. S., & Vieira, N. G. (2015). A educação ambiental e o uso de plantas medicinais utilizadas pela população do distrito de União Bandeirante-Rondônia. Revista Eletrônica Em Gestão, Educação E Tecnologia Ambiental, 18(4), 1351–1360. https://doi.org/10.5902/2236117014800

Edição

Seção

ARTIGOS

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>