A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO EXERCÍCIO DE PODER E RESISTÊNCIA
DOI :
https://doi.org/10.5902/2236117010407Mots-clés :
Educação Ambiental, Poder, Resistência.Résumé
A partir dos conceitos de poder e resistência, desenvolvidos por Michel Foucault – o poder, como algo que se exerce, vem de baixo, e é capturado pelo Estado; e a resistência, como o combate aos efeitos desse poder – a presente pesquisa intenciona buscar e debater algumas ressonâncias do amplo processo de institucionalização pelo qual atravessa a educação ambiental no Brasil, e a conseqüente transformação de suas concepções teóricas e práticas em leis e normas. Intenciona-se discutir a o funcionamento da educação ambiental como um exercício de poder, identificando seus mecanismos, ferramentas e dispositivos que a podem constituir como uma forma de sujeição e dominação ao que Foucault chamou de governamentalidade; e também de buscar referenciais teóricos que possibilitem potencializar as relações entre meio ambiente e educação como múltiplas maneiras de resistência às possíveis “docilizações” e uniformizações de conduta e modos de pensar promovidas por perspectivas hegemônicas institucionalizadas.
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