Uma reflexão butleriana acerca do sujeito do ensino de filosofia
DOI:
https://doi.org/10.5902/2448065766505Palavras-chave:
Enquadramento, Formação para a Cidadania, Judith Butler, Operações de PoderResumo
O presente trabalho tem por objetivo dissertar sobre a noção de “formação para a cidadania”, entendida como uma das finalidades, segundo alguns documentos oficiais, do ensino de Filosofia no Educação Básica, à luz da noção de “enquadramento” elaborada pela filósofa Judith Butler. O enquadramento, a partir da conceituação da filósofa, está estritamente relacionado com a noção de operações de poder. Assim, os esquemas de reconhecimento e inteligibilidade de alguém são entendidos como valorações sociais que permitem a intelecção de alguns sujeitos em detrimento de outros. Com isso, levando em conta a argumentação da filósofa, pretende-se mostrar que o sujeito formado pela filosofia para a cidadania não passa de um sujeito subalterno às valorações sociais. Entretanto, ao que tudo indica, não são todos os sujeitos que estão aptos ao vir a ser cidadão, pois nem todos são reconhecidos como vida. Esse fenômeno da não universalidade do reconhecimento revela os mecanismos nos quais uma vida é produzida.
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