Espirais do conhecimento em indicações geográficas: o caso do setor vitivinicultor brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983465986655Palavras-chave:
Indicação geográfica, Gestão do conhecimento, Setor vitivinícolaResumo
Objetivo: Este artigo tem como objetivo verificar como ocorre a construção de espirais do conhecimento de indicações geográficas no setor vitivinícola brasileiro e identificar a conversão do conhecimento de Indicação Geográfica (IG) de tácito para explícito segundo o modelo SECI (a espiral epistemológica ). Adicionalmente, identificar como ocorre a espiral ontológica na opinião de órgãos governamentais, associações e gestores de vinícolas.
Desenho/Metodologia/Abordagem: Esta pesquisa foi qualitativa e exploratória. O estudo foi delimitado ao setor vitivinícola brasileiro. Todas as entrevistas foram realizadas pessoalmente. Vinte entrevistas com grupos de interesse: agências governamentais (5 entrevistas), associações (5 entrevistas) e gestores de vinícolas (10 entrevistas).
Resultados: A espiral epistemológica é construída nos níveis individual, grupal e organizacional, dentro das vinícolas, convertendo o conhecimento tácito em explícito de acordo com o modelo SECI. A Espiral Ontológica se completa com o nível interorganizacional que, no caso das Indicações Geográficas, é formado pelas Associações. A espiral da Ontológica é produzida no contexto das IGs, e as vinícolas têm a geração de conhecimento em cada uma delas e, ao mesmo tempo, interagem dentro das Associações e formam um corpo representativo das IGs.
Originalidade: Dentro das IGs há a geração de conhecimento, que é compartilhado entre os coopetidores. Surge a Gestão do Conhecimento de Indicação Geográfica e o bloco que forma o corpo da associação produz conhecimentos que agregam experiências e pontos fortes de cada indivíduo, grupo, organização, culminando numa disseminação de conhecimento superior.
Desenho/Metodologia/Abordagem: Esta pesquisa foi qualitativa e exploratória. O estudo foi delimitado ao setor vitivinícola brasileiro. Todas as entrevistas foram realizadas pessoalmente. Vinte entrevistas com grupos de interesse: agências governamentais (5 entrevistas), associações (5 entrevistas) e gestores de vinícolas (10 entrevistas).
Resultados: A espiral epistemológica é construída nos níveis individual, grupal e organizacional, dentro das vinícolas, convertendo o conhecimento tácito em explícito de acordo com o modelo SECI. A Espiral Ontológica se completa com o nível interorganizacional que, no caso das Indicações Geográficas, é formado pelas Associações. A espiral da Ontológica é produzida no contexto das IGs, e as vinícolas têm a geração de conhecimento em cada uma delas e, ao mesmo tempo, interagem dentro das Associações e formam um corpo representativo das IGs.
Originalidade: Dentro das IGs há a geração de conhecimento, que é compartilhado entre os coopetidores. Surge a Gestão do Conhecimento de Indicação Geográfica e o bloco que forma o corpo da associação produz conhecimentos que agregam experiências e pontos fortes de cada indivíduo, grupo, organização, culminando numa disseminação de conhecimento superior.
Downloads
Referências
Baldé, M. (2018). “SECI driven creativity: the role of team trust and intrinsic motivation”, Journal of Knowledge Management, 22(8), 1688-1711. DOI: https://doi.org/10.1108/JKM-06-2017-0241
Bandera, C., Keshtkar, F., Bartolacci, M. R., Neerudu, S. and Passerini, K. (2017), “Knowledge management and the entrepreneur: Insights from Ikujiro Nonaka's Dynamic Knowledge Creation model (SECI)”, International Journal of Innovation Studies, 1, 163-174. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijis.2017.10.005
Barbosa, P. M. S., Peralta, P. P. and Fernandes, L. R. R. M. V. (2013).“Encontros e desencontros entre indicações geográficas, marcas de certificação e marcas coletivas” In: LAGE, C. L., WINTER, E. e BARBOSA, P. M. S. (Org.) As diversas faces da propriedade intelectual. Rio de Janeiro: EdUERJ.
Barbosa, P. M. S. (2015). Marcas, Indicações Geográficas, selos e
certificações de rastreabilidade em busca da certeza da origem e do conteúdo: o caso do
café da Região do Cerrado Mineiro. (Tese de Doutoramento) Universidade Federal do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro.
Barney, J. B. (1991). “Firm Resources and Sustained Competitive Advantage”, Journal of Management, 17(1), 99-120. DOI: https://doi.org/10.1177/014920639101700108
Barney, J. B., Ketchen, D. J. and Wright, M. (2011). “The Future of Resource-Based Theory: Revitalization or Decline?” Journal of Management. 37(5), 1299-1315. DOI: https://doi.org/10.1177/0149206310391805
Bruch, K. L., Vieira, A. C. P. and Barbosa, P. M. S. (2014). “A comparative analysis on a differentiation perspectives between collective trademarks and geographical indications in the Brazilian wine sector” In: 37th OIV Congress, Argentina.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Bartolacci, C., Cristalli, C., Isidori, D. and Niccolini, F. (2016) “Ba virtual and inter-organizational evolution: a case study from a EU research project”, Journal of Knowledge Management. 20(4), 793-811. DOI: https://doi.org/10.1108/JKM-09-2015-0342
Bauer, M. W. and Gaskell, G. (2005). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. um manual prático. Petrópolis: Vozes.
Bennett, Roger. (2011) ““Ba” as a determinant of salesforce effectiveness: an empirical assessment of the applicability of the Nonaka-
Takeuchi model to the management of the selling function”, Marketing Intelligence & Planning, 19(3), 188- 199.
Castro, V. A and Giraldi, J. M. E. (2018) “Shared brands and sustainable competitive advantage in Brazilian wine sector”, International Journal of Wines Business Research, 30(2), 243-259. DOI: https://doi.org/10.1108/IJWBR-04-2017-0019
Castro, V. A, Giraldi, J. M. E and Oliveira, J. H. C. (2018). “Construction and operationalization of sectorial brands: The case of the Brazilian winemaking sector from the perspective of different stakeholders.” Wine Economics and Policy, 7(2), 153-164. DOI: https://doi.org/10.1016/j.wep.2018.10.001
Cazurra, A. C. and Un, Annique. (2015). “Country-of-Origin, Government- and Consumer-Based Advantage & Disadvantage of Foreignness, and FDI”. In:75th Academy of Management Annual Meeting, Vancouver. DOI: https://doi.org/10.5465/ambpp.2015.15760abstract
Chergui, W., Zidat, S. and Marir, F. (2018), “An approach to the acquisition of tacit knowledge based on na ontological model”, Journal of King Saud University – Computer and Information Sciences, 3.
Cooper, D. R. and Schindler, P. S. (2003). Metodologia de Pesquisa em Administração. Porto Alegre: Bookman.
Fishman, A., Finkelstein, I., Simhon, A. and Yacouel, N. (2018) “Collective brands”, International Journal of Industrial Organization, 59, DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijindorg.2018.03.002
–339.
Gast, J., Gundolf, K., Harms, R. and Collado, E. M. (2019) “Knowledge management and coopetition: How do cooperating competitors balance the needs to share and protect their knowledge?”, Industrial Marketing Management, 77, 65–74. DOI: https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2018.12.007
Hakala, U., Lemmetyinen, A. and Kantola, S. (2013), “Country image as a nation-branding tool”, Marketing Intelligence and Planning. 31(5), 538-556. DOI: https://doi.org/10.1108/MIP-04-2013-0060
Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho. (2020). Retrieved from: https://www.ibravin.org.br/Dados-Estatisticos.
Krahe, J.A.E., Lalley, C. and Solomons, N. M. (2014) “Beyond Survival: Fostering Growth and Innovation in Doctoral Study – A Concept Analysis of the Ba Space”, International Journal of Nursing Education Scholarship, 11(1), 11-18. DOI: https://doi.org/10.1515/ijnes-2013-0020
Lai, Yung-Lung, Hsu, Maw-Shin, Lin, Feng-Jyh, Chen, Yi-Min and Lin, Yi-Hsin. (2014), “The effects of industry cluster knowledge management on innovation performance”, Journal of Business Research, 67(5). DOI: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.11.036
López-Bayón, S., González-Díaz, M., Solís-Rodríguez, VOL. and Fernández-Barcala, M. (2018). “Governance decisions in the supply chain and quality performance: The synergistic effect of geographical indications and ownership structure”, International Journal of Production Economics, 197, 1-12. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijpe.2017.12.022
Marco-Lajara, B., Seva-Larrosa, P., Martinez-Falcó, J., García-Lillo, F. (2022). “Wine clusters and Protected Designations of Origin (PDOs) in Spain: an exploratory analysis”, Journal of Wine Research, 33(3). DOI: https://doi.org/10.1080/09571264.2022.2110051
Maritan, C. A. and Peteraf, M. A. (2011), “Building a bridge between resource acquisition and resource accumulation”, Journal of Management, Special Issue: Twenty years of Resouce-based Theory, 37(5). DOI: https://doi.org/10.1177/0149206310387675
Melewar, T. C., and Skinner, H. (2020). Territorial brand management: Beer, authenticity, and sense of place. Journal of Business Research, 116(March), 680–689. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2018.03.038
Nonaka, I. and Takeuchi, H. (1995), The knowledge creation company: how Japanese companies create the dynamics of innovation. New York: Oxford University Press. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780195092691.001.0001
Nonaka, I and Konno, N. (1998), “The concept of “Ba”: building a foundation for knowledge creation”, California Management Review. 40(3), 40-54. DOI: https://doi.org/10.2307/41165942
Nonaka, I, Toyama, R and Konno, N. (2000), “SECI, Ba and leadership: a unified model of dynamic knowledge creation”, Long Range Planning, 33(1), 5-34. DOI: https://doi.org/10.1016/S0024-6301(99)00115-6
Nonaka, I and Toyama, R. (2003), “The knowledge-creating theory revisited: knowledge creation as a synthesizing process” Knowledge Management Research & Practice. 1(1), 2-10. DOI: https://doi.org/10.1057/palgrave.kmrp.8500001
Nonaka, I and Takeuchi, H. (2005), “The theory of the knowledge-creating firm: subjectivity, objectivity and synthesys”, Industrial and Corporate Change, 14(3), 419-436. DOI: https://doi.org/10.1093/icc/dth058
Nonaka, I. and von Krogh, G. (2009), “Tacit knowledge and knowledge conversion: controversy and advancement in organizational knowledge creation theory”, Organization Science, 20(3), 635-652. DOI: https://doi.org/10.1287/orsc.1080.0412
Nonaka, I., Kodama, M., Hirosi, A. and Kohlbacher, F. (2014). “Dynamic fractal organizations for promoting knowledge-based transformation – A new paradigm for organizational theory”, European Management Journal, 32(1), 137-146. DOI: https://doi.org/10.1016/j.emj.2013.02.003
Oliva, F., Semensato, B., Prioste, D., Winandy, E., Bution, J., Couto, M., Bottacin, M., Mac Lennan, M., Teberga, P., Santos, R., Singh, S., Da Silva, S. and Massaini, S. (2019), “Innovation in the main Brazilian business sectors: characteristics, types and comparison of DOI: https://doi.org/10.1108/JKM-03-2018-0159
innovation”, Journal of Knowledge Management, 23(1), 135-175.
Richards, I., Foster, D. and Morgan, R. (1998), “Brand Knowledge Management: Growing Brand Equity”, Journal of Knowledge Management, 2(1). DOI: https://doi.org/10.1108/13673279810800762
Roselli, L., Giannoccaro, G., Carlucci, D. and De Gennaro, B. (2018), “EU quality labels in the Italian olive oil market: how much overlap is there between geographical indication and organic production?”, Journal of Food Products Marketing. 24(6), 784-801. DOI: https://doi.org/10.1080/10454446.2017.1413473
Roth, K. P. and Diamantopoulos, A. (2009), “Advancing the country image construct”, Journal of Business Research. 62, 726-740. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2008.05.014
Rubini, L., Motta, L. and Di Tommaso, M.R. (2013), “Quality-based excellence and product-country image: case studies on Italy and DOI: https://doi.org/10.1108/13683041311329429
China in the beverage sector”, Measuring Business Excellence, 17(2), 35-47.
Scopus. (2023). Disponível em https://www.scopus.com/search/form.uri?display=basic#basic
Sampieri, R. H., Collado, C. F. and Lucio, P. B. (2006). Metodologia de Pesquisa. São Paulo: Mc Graw Hill.
Schniederjans, D. G., Curado, C., & Khalajhedayati, M. (2020). Supply chain digitisation trends: An integration of knowledge management. International Journal of Production Economics, 220(June 2019), 107439. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijpe.2019.07.012
Selltiz, C., Wrightsman, L. S. and Cook, S. W. (1965). Métodos de pesquisa das relações sociais. São Paulo: Herder.
Tregear, A. and Gorton, M. (2009), “The challenges of sharing: brands as club goods”, European Journal Marketing. 43(5/6), 826-842. DOI: https://doi.org/10.1108/03090560910947061
Valaski, J., Malucelli, A. and Reinehr, S. (2012), “Ontologies application in organizational learning: a literature review”, Expert Systems with Applications. 39, 55-75. DOI: https://doi.org/10.1016/j.eswa.2012.01.075
Vargas-Sánchez, A. (2014), “España vs Portugal: la imagen de ambos países y su evolución en tiempos de crisis”, Tourism & Management Studies. 10 (Special Issue), 140-149.
Viot, C. and Ducros, J. P. (2010). “Wine brands or branded wines? The specificity of the French market in terms of the brand”, International Journal of Wine Business Research. 22(4), 406-422. DOI: https://doi.org/10.1108/17511061011092438
Woodfield, P., Shepherd, D. and Woods, C. (2017). “How can Family winegrowing businesses be sustained across generations?”, International Journal of Wine Business Research, 29(2), 122-139. DOI: https://doi.org/10.1108/IJWBR-12-2015-0052
Zamparini, A., Lurati, F. and Illia, L. G. (2010). “Auditing the identity of regional wine brands: the case of Swiss Merlot Ticino”, International Journal of Wine Business Research. 22(4), 386-405. DOI: https://doi.org/10.1108/17511061011092429
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Virginia Aparecida Castro, Janaina de Moura Engracia Giraldi

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores de artigos publicados pela ReA/UFSM mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons Attribution CC-BY, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.