Mulheres negras na docência universitária: insurgência e transgressão

Auteurs-es

Mots-clés :

Docentes negras, Sexismo, Racismo Institucional, Transgressão, Ensino superior

Résumé

O presente artigo integra uma pesquisa de doutorado, já concluída. O objetivo da investi-gação foi realizar um mapeamento analítico das trajetórias acadêmicas das docentes ne-gras que atuam nos cursos de graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF). De modo objetivo sistematizou-se uma busca para correlacionar as dinâmicas de performan-ces dos marcadores sociais, gênero, raça e classe, norteada pelo arcabouço teórico da in-terseccionalidade, considerando-se que tais categorias atuam entrecruzadas e em intensi-dades variáveis e distintas. Buscou-se averiguar, a forma em que tais categorias são evi-denciadas nas trajetórias acadêmicas das docentes que participaram desta produção e quais as vicissitudes enfrentadas pelas mesmas. É oportuno ressaltar, que sobre a catego-ria classe, faz-se necessário evitar estabelecer o olhar hierarquizante que não raro a cen-traliza e secundariza as demais categorias. As metodologias de pesquisa utilizadas foram a qualitativa e a quantitativa. No acesso ao banco de dados referente ao quadro docente, disponibilizado pela UFF, as categorias gênero e raça informadas em cada curso, viabiliza-ram a análise quantitativa. Enfatizando o caráter complementar das metodologias quanti-tativa/qualitativa a análise das trajetórias acadêmicas das docentes negras foi viabilizada pela utilização de um questionário e a partir deste, realizou-se um confronto com o currí-culo lattes de cada professora. Neste estudo, apesar de apontar os avanços obtidos pelas professoras negras em uma instituição federal de ensino superior, também revelam-se as múltiplas manifestações em que o racismo, o machismo, o sexismo e o classismo operam de modo entrecruzado nas trajetórias acadêmicas das docentes que participaram desta pesquisa.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Gyme Gessyka Pereira dos Santos, Universidade Federal Fluminense

Graduada e Bacharel em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestra em Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares - PPGEduc-UFRRJ). Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense (PPGE-UFF). Realiza estudos e pesquisas acadêmicas nas áreas de Educação para as Relações Étnico-Raciais; Educação Antirracista; Feminismo Negro Interseccional; Gênero e Sexualidades; Ações Afirmativas. Professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental na Prefeitura Municipal de Petrópolis-RJ. Tutora Presencial no Curso de Licenciatura em Pedagogia (UERJ) do Consórcio CEDERJ no polo Nova Friburgo.

Iolanda de Oliveira, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano – Universidade de São Paulo (USP). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFF.

Références

BRASIL, Lei 13. 709 de 14 de agosto de 2018. Art 1ºEsta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.

CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida Silva (Orgs.). Branquitude - o lado oculto do discurso sobre o negro. In: Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, p. 147-162.

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro. São Paulo: Boitempo, 2019, p. 493.

COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 99-127, 2016.

COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidadee política emancipatória. Parágrafo, v. 5, n. 1, p. 7-17, Jan/Jun. 2017. ISSN: 2317-4919.

COLLINS, Patricia Hill. Intersections of race, class, gender, and nation: some implications for black family studies. Journal of Comparative Family Studies, v. 29, n. 1, p. 27-34, 1998.

COLLINS, Patricia Hill. Learning from the Outsider Within: the Sociological Significance of Black Feminist Thought. Social Problems, v. 33, n. 6, p. 14-32, oct./dec. 1986.

DISCOVERY Channel A origem do homem. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=w8Pp6KmIMu0. Acesso em: 14 maio 2023.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala: Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Recife-PE: Global, 1933, p. 375.

GONZALEZ, Lélia; HASENBALG, Carlos. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982, p.60. (Coleção 2 Pontos).

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais hoje, p. 223-244, 1984.

GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa. 1. ed. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018. 476 p.

HOFBAUER, Andreas. Raça, cultura e identidade e o “racismo à brasileira”. In: BARBOSA, Lúcia Maria de Assunção (Org.). De preto a afro-descendente: trajetos de pesquisa sobre o negro, cultura negra e relações étnico-raciais no Brasil. São Carlos-SP: EdUFSCar, 2010.

MUNANGA, Kabengele. Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira – Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Niterói-RJ: EdUFF, 2004. p. 131.

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. Coleção Cultura Negra e Identidades, 2009. p.40.

PIZA, Edith. Porta de vidro: entrada para branquitude. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida da Silva (Orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

PENA, Sérgio Danilo J, BORTOLINI, Maria Cátira. Pode a genética definir quem deve se beneficiar das cotas universitárias e demais ações afirmativas? Estudos. Av.vol 18 n.50 São Paulo Jan./Apr.2004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142004000100004. Acesso em: 14 maio 2023.

SALDANHA, 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/09/4-em-cada-10-jovens-negros-nao-terminaram-o-ensino-medio.shtml. Acesso em: 11 jan. 2020.

SEYFERTH, Giralda. Raça, mestiçagem e nação no Brasil. In. OLIVEIRA, Iolanda, PESSANHA, Márcia Maria de Jesus(orgs.) Educação e relações raciais.v. 1. Niterói: EdUFF, 2016. P. 21 – 64.s

SOUZA, Neuza Santos. Tornar-se negro ou As Vicissitudes da Identidade do Negro Brasileiro em Ascensão Social. Rio de Janeiro: Graal, 1983, p. 88.

Téléchargements

Publié-e

2024-11-05

Comment citer

Santos, G. G. P. dos, & Oliveira, I. de. (2024). Mulheres negras na docência universitária: insurgência e transgressão. Revista InterAção, 15(3), e87737. Consulté à l’adresse https://periodicos.ufsm.br/interacao/article/view/87737