Mulheres negras na docência universitária: insurgência e transgressão
Mots-clés :
Docentes negras, Sexismo, Racismo Institucional, Transgressão, Ensino superiorRésumé
O presente artigo integra uma pesquisa de doutorado, já concluída. O objetivo da investi-gação foi realizar um mapeamento analítico das trajetórias acadêmicas das docentes ne-gras que atuam nos cursos de graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF). De modo objetivo sistematizou-se uma busca para correlacionar as dinâmicas de performan-ces dos marcadores sociais, gênero, raça e classe, norteada pelo arcabouço teórico da in-terseccionalidade, considerando-se que tais categorias atuam entrecruzadas e em intensi-dades variáveis e distintas. Buscou-se averiguar, a forma em que tais categorias são evi-denciadas nas trajetórias acadêmicas das docentes que participaram desta produção e quais as vicissitudes enfrentadas pelas mesmas. É oportuno ressaltar, que sobre a catego-ria classe, faz-se necessário evitar estabelecer o olhar hierarquizante que não raro a cen-traliza e secundariza as demais categorias. As metodologias de pesquisa utilizadas foram a qualitativa e a quantitativa. No acesso ao banco de dados referente ao quadro docente, disponibilizado pela UFF, as categorias gênero e raça informadas em cada curso, viabiliza-ram a análise quantitativa. Enfatizando o caráter complementar das metodologias quanti-tativa/qualitativa a análise das trajetórias acadêmicas das docentes negras foi viabilizada pela utilização de um questionário e a partir deste, realizou-se um confronto com o currí-culo lattes de cada professora. Neste estudo, apesar de apontar os avanços obtidos pelas professoras negras em uma instituição federal de ensino superior, também revelam-se as múltiplas manifestações em que o racismo, o machismo, o sexismo e o classismo operam de modo entrecruzado nas trajetórias acadêmicas das docentes que participaram desta pesquisa.
Téléchargements
Références
BRASIL, Lei 13. 709 de 14 de agosto de 2018. Art 1ºEsta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida Silva (Orgs.). Branquitude - o lado oculto do discurso sobre o negro. In: Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, p. 147-162.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro. São Paulo: Boitempo, 2019, p. 493.
COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 99-127, 2016.
COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidadee política emancipatória. Parágrafo, v. 5, n. 1, p. 7-17, Jan/Jun. 2017. ISSN: 2317-4919.
COLLINS, Patricia Hill. Intersections of race, class, gender, and nation: some implications for black family studies. Journal of Comparative Family Studies, v. 29, n. 1, p. 27-34, 1998.
COLLINS, Patricia Hill. Learning from the Outsider Within: the Sociological Significance of Black Feminist Thought. Social Problems, v. 33, n. 6, p. 14-32, oct./dec. 1986.
DISCOVERY Channel A origem do homem. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=w8Pp6KmIMu0. Acesso em: 14 maio 2023.
FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala: Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Recife-PE: Global, 1933, p. 375.
GONZALEZ, Lélia; HASENBALG, Carlos. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982, p.60. (Coleção 2 Pontos).
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais hoje, p. 223-244, 1984.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa. 1. ed. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018. 476 p.
HOFBAUER, Andreas. Raça, cultura e identidade e o “racismo à brasileira”. In: BARBOSA, Lúcia Maria de Assunção (Org.). De preto a afro-descendente: trajetos de pesquisa sobre o negro, cultura negra e relações étnico-raciais no Brasil. São Carlos-SP: EdUFSCar, 2010.
MUNANGA, Kabengele. Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira – Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Niterói-RJ: EdUFF, 2004. p. 131.
MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. Coleção Cultura Negra e Identidades, 2009. p.40.
PIZA, Edith. Porta de vidro: entrada para branquitude. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida da Silva (Orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
PENA, Sérgio Danilo J, BORTOLINI, Maria Cátira. Pode a genética definir quem deve se beneficiar das cotas universitárias e demais ações afirmativas? Estudos. Av.vol 18 n.50 São Paulo Jan./Apr.2004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142004000100004. Acesso em: 14 maio 2023.
SALDANHA, 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/09/4-em-cada-10-jovens-negros-nao-terminaram-o-ensino-medio.shtml. Acesso em: 11 jan. 2020.
SEYFERTH, Giralda. Raça, mestiçagem e nação no Brasil. In. OLIVEIRA, Iolanda, PESSANHA, Márcia Maria de Jesus(orgs.) Educação e relações raciais.v. 1. Niterói: EdUFF, 2016. P. 21 – 64.s
SOUZA, Neuza Santos. Tornar-se negro ou As Vicissitudes da Identidade do Negro Brasileiro em Ascensão Social. Rio de Janeiro: Graal, 1983, p. 88.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.