Tecnologia Social em comunidades ribeirinhas: atraso ou correspondência tecnológica ao Bioma Amazônia?

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.5902/2357797590288

Mots-clés :

Tecnologia Social, Agroextrativista, Comunidade ribeirinha, Bioma Amazônia

Résumé

Este artigo busca apresentar tecnologias criadas pelas comunidades agroextrativistas e como elas podem representar um processo de desenvolvimento tecnológico mais vinculado às características do bioma Amazônia. Nessa região, a concepção de desenvolvimento tecnológico dominante atribui o rótulo de “atraso” para as tecnologias criadas pelas comunidades tradicionais. Essa concepção resulta na imposição de tecnologias externas que não estão adequadas às características do território e tendem a desconsiderar o impacto sobre a natureza e sobre a cultura local. Diante disso, torna-se importante pesquisas que busquem dar visibilidade às tecnologias desenvolvidas pelos agroextrativistas para a compreensão de suas aplicações e impactos, livre de rótulos e preconceitos. Por isso, este trabalho analisa a diversidade de tecnologias construídas pelos agroextrativistas e busca observar o processo de sua construção, fazendo aparecer suas implicações para o território. Para isso, utilizamos a abordagem da Tecnologia Social (TS). Realizamos um estudo de caso para levantar a diversidade de tecnologias em uma comunidade agroextrativista da Amazônia. O estudo baseou-se em vivências, observação participante e dados secundários. Foi observado que, diferente do rótulo de “atraso”, as tecnologias dos agroextrativistas representam um processo secular de construção de correspondências tecnológica ao território e responsabilidade com a natureza.

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Deyvson Pereira Azevedo, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

Possui graduação de Licenciatura Plena em Matemática (2015) pela Universidade do Estado do Pará (UEPA) - Campus de Mojú. Possui graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental (2021) pela Universidade Federal do Pará (UFPA) - Campus Tucuruí. Possui Mestrado em Sustentabilidade Junto a Povos e Territórios Tradicionais (2023) pela Universidade de Brasília (UnB). Doutorando em Desenvolvimento Rural e Sistemas Agroalimentares pelo Instituto Federal do Pará (IFPA).

Dadiberto Pereira Azevedo, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

Técnico em agropecuária (2009) pelo Instituto Federal de educação, ciência e tecnologia do Para (campus Castanhal). Graduação em Educação do Campo (Ciências Naturais) pela Universidade Federal do Pará (2016) campus Abaetetuba. Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT) pela Universidade de Brasília. Doutorando em desenvolvimento rural e sistemas agroalimentares no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável e Gestão de Empreendimentos Agroalimentares PPDRGEA pelo IFPA/Castanhal.

Felipe Addor, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui graduação (2004) e mestrado (2006) em Engenharia de Produção e doutorado (2012) em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ. É professor adjunto e Diretor do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides/UFRJ), órgão suplementar do Centro de Tecnologia, e pesquisador-extensionista do Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec/UFRJ).

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Publié-e

2025-04-30

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Azevedo, D. P., Azevedo, D. P., & Addor, F. (2025). Tecnologia Social em comunidades ribeirinhas: atraso ou correspondência tecnológica ao Bioma Amazônia?. InterAção, 16(1), e90288. https://doi.org/10.5902/2357797590288