A perspectiva decolonial e a (re)leitura dos conceitos geográficos no ensino de geografia
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236499435469Resumo
O modo de colonização da América deixou marcas que refletem nas estruturas econômica, de poder e nos modos de ser, saber e pensar, sobretudo dos países latino-americanos. No Brasil, a imposição eurocêntrica na produção de conhecimentos reflete até hoje na educação, de modo geral, e na Geografia Escolar, de modo específico, pois ainda se encontram permeadas pelo colonialismo do saber. Partindo desse contexto e na busca de uma descolonização da Geografia enquanto disciplina escolar, o objetivo desse artigo é analisar como a perspectiva decolonial pode contribuir para uma educação crítica e humanista em Geografia, especialmente por meio da (re)leitura dos conceitos geográficos. Construído a partir de pesquisa bibliográfica, esses conceitos foram (re)elaborados a partir de temáticas decoloniais como o papel da América no sistema-mundo, o eurocentrismo, a ideia de raça associada a um projeto de dominação, a constituição do Estado-nação moderno, a crítica ao desenvolvimento e ao modelo civilizatório, a colonialidade do poder, colonialidade do ser, colonialidade do saber, e a interculturalidade e a transculturalidade como ferramentas críticas e de transformação. Tal (re)leitura se configura como via de descolonização da Geografia Escolar e de construção de um novo modelo civilizatório que considere diversos saberes, diversas vozes, identidades, maneiras de ser, e novas formas de se constituir e organizar a sociedade.
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